Vivendo como um norueguês

Seguidores e Seguidoras,

Hoje, sem dúvida, foi um dos dias mais intensos da nossa viagem porque vivemos aquilo que tanto queremos em nossas viagens. Viver a vida do povo que estamos visitando. Hoje pela manhã estávamos tomando o café da manhã, na cidade de Gol quando, de repente irrompeu no salão, com os bracos abertos, sorriso largo e falando em vóz alta, Guttorm Froysok, amigo desde quando o encontramos, com sua esposa Åse, em Siena, na Itália, em setembro último e desde então temos trocado emails, sendo que nos deu um forte abraco e disse que teríamos que ficar uns dias com eles aqui na cidade. Estávamos planejando ir para Bergen, mas diante do carinho demonstrado, resolvemos ficar um dia com eles aqui em Gol.

Do café da manhã, Guttorm, que é professor secundário, nos levou até sua escola, que é pública, e lá nos apresentou toda a estrutura (piscina semi-olímpica, quadras para todos os tipos de esporte, laboratórios, desde química, física, design, mídia até cozinha e tudo mais que se possa imaginar), apresentou-nos aos professores, com quem fizemos lanche e tivemos longo papo e aos alunos e, sendo dia de exames finais para quem está se formando, levou-nos para assistir um teste de resistência em natacao e mostrou-nos que só entra nas melhores universidades, quem tiver as melhores notas no segundo grau. Mérito, aqui, é a referência.

Dali, ele nos levou até sua casa após findo o expediente, onde, de plano, apresentou-nos o quarto onde iríamos dormir  a noite, apesar de dizermos que näo teríamos problema em dormir no hotel. Como insistiu e já estava com tudo pronto, aceitamos. Apresentada a casa, os ranchos, seus carros antigos, seu ferramental de trabalho, suas colecoes de relógios de bolso, etc. ele levou-nos até Åse, que é fisioterapeuta num hospital público local. Ela também nos recebeu com o mesmo carinho.

Dali, fomos visitar a mãe do Guttorm, de 86 anos. Pessoa doce, suave e carinhosa, nos ofereceu um café com um delicioso bolo e quitutes que ela mesma havia feito. Um momento de puro encantamento, já foi servido no living room aa luz de velas.

Depois do delicioso café, da sessão de fotos da família, Guttorm nos levou para as montanhas, cerca de mil metros de altitude, para conhecer sua cabana de inverno e outras que tem lá para alugar. Um lugar maravilhoso, com belas vistas, grandes hotéis, animais selvagens. Convidou-nos para voltar e ali passar uns dias, mesmo que fosse no final do mês, quando sua filha vai se casar, numa festa que vai durar 3 dias e para a qual já estamos há muito convidados. Belíssimo lugar para voltar um dia.

Descida a montanha, voltamos para sua casa. Hora do jantar. Sentados na mesa da cozinha, tomando uma cerveja, enquanto eles preparavam um jantar, a cena era para nós surreal. No interior da Noruega, numa casa de família, na cozinha esperando o jantar numa animada conversa com os donos da casa. Era verdade, porém. Um guisado com verduras com batatas cozidas, acompanhado de um Sauvignon Blanc chileno e de uma conversa animadíssima com muitas gargalhadas. Um momento que jamais esperávamos viver nesta viagem. Nunca fomos tão bem e intimamente recebidos num outro país. Depois do jantar um café com doces típicos encerrou nossa estada na cozinha.

Dali nos levaram para uma confortável sala de estar onde vimos os álbuns de família, conversamos sobre  o Brasil, a Noruega, nossas viagens, nossos gostos, nossos filhos, tudo como se já nos conhecessemos há anos. Agora estamos nos preparando para dormir. Um dia inesquecível, pela experiência inédita, pelo carinho e, especialmente confianca que depositaram em nós. E de troco, conhecemos este país um pouco melhor e mais profundamente.

Amanhã vamos, finalmente, para Bergen. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei. (escrevemos desde um computar do Guttorm, onde faltaram alguns sinais e acentos. As fotos, talvez só amanhã já que a procura do arquivo está em noruegues).