Fiordes, Alesund e a Rodovia do Atlântico

Seguidores e Seguidoras,

Hoje foi um dia em que percebemos, com maior intensidade, quantas coisas espetaculares e belas este mundo pode nos mostrar. Fiordes profundos, quedas d'água em profusão rolando pelas montanhas até as águas dos fiordes, vindas das neves permanentes lá no alto, vales entre um fiorde e outro, por vezes enfeitados com casas coloridas típicas daqui, baias com pequenas cidades pintadas em gramados nas encostas, ferry boats, cruzando os fiordes permitindo-nos apreciar com vagar toda a paisagem. Esses foram alguns cenários que vislumbramos no caminho entre Forde e Alesund e que, infelizmente não poderemos reproduzir com precisão nas fotos, a uma, porque havia uma chuva fina  na parte mais linda do percurso mas que as nuvens altas nos permitiram visualizar e, a duas, porque as estreitas estradas, com pista simples, não permitem paradas para fotos.

A propósito, viajar na Noruega tem sido uma tarefa um pouco complicada pelo menos até aqui, considerando que hoje, para fazermos 200km levamos quase 5h. Eles dirigem muito mal e lentamente. Como a estradas, nos fiordes e cruzando pequenas cidades, raras vezes  permitem ultrapassagem e muitas vezes, temos que esperar o ferry boat, fácil concluir a razão do atraso. Nossa expectativa é que melhore daqui para frente, já que o ecossistema muda, caso contrário, teremos que ajustar o roteiro. Teremos condições de avaliar isto, amanhã, quando viajaremos até Trondheim.

Por essas razões, só no meio da tarde chegamos em Alesund, seguindo uma sugestão do nosso mais assíduo seguidor, o amigo Nelson Mendes e que valeu muito a pena. Uma cidade gostosa de se visitar, com um calçadão com belo casario, cafés, restaurantes e comércio, um parque num promontório que se destaca no meio da cidade e do qual se tem uma visão perfeita da região, um grande canal onde atracam os navios de cruzeiros, circundado pelo típico casario colorido da Noruega. Alesund oferece a concentração mais harmoniosa do mundo de arquitetura modernista. Isto se deve a um incêndio ocorrido num noite gelada de janeiro de 1904, quando cerca 850 casas foram queimadas, deixando mais de 10 mil pessoas ao desabrigo. Para não serem queimados, os carcereiros soltaram os presos da cadeia, tomando-lhes o compromisso de voltarem no dia seguinte. Até hoje não se sabe quantos voltaram. Terminando a visita, tomamos um café com doces locais nas proximidades do cais. Uma visita que também recomendamos.

Dali, também entre paisagens de puro encantamento, nos dirigimos em direção a Molde para  conhecermos a Rodovia Atlântica, 64, que liga Molde a Kristiansund e que foi eleita uma das 10 mais lindas do mundo. A estrada liga as duas cidades passando por várias ilhas do Atlântico ligadas por várias pontes e pequenos aterros, destacando-se uma, toda contorcida, dando a impressão que o vento e as ondas do mar que a esculpiram. Como já havíamos visto no Youtube, por ela transitam muitos motociclistas que, em alta velocidade cruzam a ponte em curva, num espetáculo a parte. A estrada é nova e toda urbanizada, com ciclovia e, quando não está no mar, é cercada por árvores e casas coloridas, típicas daqui. Terminada ela, chega-se a Kristiansund por um túnel de quase 9km, sob o mar, primeiro numa profunda descida e depois, num subida íngreme, diferente da maioria de outros túneis que conhecemos pelo mundo. Aliás, noutros dias já viajamos por túneis  montanha adentro, ora em descidas permanentes ora o contrário. A Rodovia Atlântica é um espetáculo de arte e arquitetura para nós muito significativo já que, pelo nosso estilo de viagem, já conhecemos belíssimas estradas como a Calgary/Banff, nas rochosas do Canadá, estradas nos Alpes Suíços, Costa Amalfitana, na Itália e a nossa Serra do Rio do Rastro, dentre tantas outras. Uma visita que intensamente recomendamos.

Estamos, agora, no bom Hotel Rica, em Kristiansund, rede onde já havíamos nos hospedado em outras cidades. Jantamos no próprio hotel, a Blogueira, um salmão ao forno, com purê temperado e aspargos grelhados, tudo acompanhado de um chardornay. O Blogueiro, um Sirloin Steak, com cogumelos refogados, tomates assados, batatas e molho bernaise, tudo acompanhado de um tinto italiano. De sobremesa, amoras gratinadas com creme e sorvete.

Neste momento, meia noite, lá fora ainda há resquícios do sol e ainda tudo se enxerga, sem luz artificial, mesmo ao longe. o cansaço do dia, porém, não nos impedirá de dormirmos. Amanhã rumaremos para Trondheim, bem mais ao norte. Esta já é outra história. Beijos. Narcísio e Dirlei.

Paisagem no caminho Forde/Alesund

Paisagem vista desde o ferry boat

Quedas d'água em profusão na estrada para Alesund

Calçadão de Alesund

Entrada do canal que corta Alesund

Casario típico, à beira do grande canal de Alesund

Início da Rodovia do Atlântico entre Molde e Kristiansund

Visão da Rodovia do Atlântico

A ponte mais famosa da Rodovia do Atlântico

Outra visão da ponte