Seguidores e Seguidoras,
Não poderíamos ter escolhido melhor lugar para terminarmos nossa viagem, do que a Ilha de Öland, já que amanhã será dia retorno para Copenhage e resumo do que merece destaque em toda a viagem.
Após o completo café da manhã, decidimos que faríamos a ilha de um extremo ao outro e que o desafio seria ir até os faróis náuticos do extremo sul e do extremo norte. Para cumprir nosso desiderato, saímos, por volta das 11h, rumo ao sul, pelo lado oeste da ilha. No início, região mais povoada, com médias e pequenas vilas, predominantemente agrícolas, já que a ilha, nos pontos mais afastados do seu centro mais povoado onde estamos hospedados, é mais voltada para a agricultura do que para o mar. À medida que íamos para o sul, as plantações se estendiam até o mar, num constraste interessante entre o verde e o azul do mar.
Logo que começamos o percurso, fomos chamados, por placas indicativas, a conhecer um dos tesouros arqueológico da ilha. Uma pedra runa, com inscrições versadas feitas em homenagem ao Rei Sibbe, provavelmente um rei que viveu na ilha e morreu numa batalha. A pedra não é originária da ilha e foi aqui trazida especialmente para homenagear o seu rei e seu interessante feito. Seus escritos ainda estão perfeitamente legíveis, apesar de terem sido feitos no ano 1000, na transição entre a fé local e o cristianismo.
Após sairmos da estrada várias vezes para irmos até o mar em locais de camping e pequenas cidades, além de vermos a predominância da agricultura e da pecuária que se estendiam até o mar, demos de frente com um grande muro que dividia a ilha em duas partes. Na placa que havia no local, havia menção de ser o muro do Rei Charles X, construído em 1653, com 4611m. Referido rei havia sido confinado na ilha e o construiu, segundo uns, para dividir a ilha em duas e ali manter cercados seus veados de caça e, para outros, seria uma forma de proteger-se de seus inimigos. A dúvida persiste até hoje mas, o que importa é podermos ter nos deliciado com essa importante e gigantesca construção.
Logo em seguida demos de cara com uma pequena réplica de uma igreja tendo ao fundo um monte com uma cruz em uma de suas extremidades. As informações no local nos mostraram ser a capela de São João, construída por mercadores no século 13, na confluência da vila dos pescadores com a dos comerciantes. Estudos mostraram que ela servia, a um só tempo, como local de orações e de estoque de comida e mantimentos.
Ao chegarmos no final da ilha nos deparamos com um portentoso e bem conservado farol, localizado numa reserva natural de pássaros. Tanto assim é que, além do maravilhoso farol e do fim da ilha, que em toda a sua extensão mede mais de 150km, havia muitos pássaros no local, especialmente grandes cisnes, andorinhas, marrecos d'água e muitas outras típicas desta região.
Após uma respirada, retomamos a viagem agora rumo ao norte pelo lado leste da ilha e, nem bem iniciamos o percurso e já nos defrontamos com um importante, dentre os vários achados arqueológicos da ilha que encontramos pelo caminho. O Forte de Eketorp, que se destacava no horizonte à medida que nos aproximávamos. O forte teve iniciada sua construção nos anos 300 e era usado pela população circundante para sessões públicas, cerimônias religiosas e refúgio em caso de ataque. Foi abandonado por volta do ano de 1240. Escavações recentes mostraram que o povo que vivia em torno do forte tinha cavalos, gado, ovelhas, cabritos, porcos, gansos, patos, gatos e cachorros. Sua história tem muitos dados interessantes que não cabem nesta postagem. Quem passar por estas bandas, certamente ficará agradecido de fazer uma visita a um lugar tão interessante e rico em patrimônio histórico.
Na subida em direção ao norte nos deparamos com vários sítios arqueológicos que corroboram os dados históricos que dão conta do longo tempo de ocupação da ilha por antigos povos. Subimos pelo lado leste até mais da metade da ilha passando por sua longa planície de exploração agrícola e pecuária que ia até à beira do mar. Ao longe, não raro, víamos o vento que sopra sobre a ilha sendo aproveitado por usinas de energia eólica, repetindo a história dos antepassados que ocuparam a ilha e que usavam os velhos moinhos de madeira que até hoje remanescem em grande número, nas fazendas locais.
Cruzamos a ilha de leste para oeste já que a paisagem se repetia e víamos que no lado oeste havia mais cidades e variedade de micro sistemas. Nesse lado, nos deparamos com alguns povoados de médio porte, secundados por outros de pequeno, além de campings, resorts, campos de golpe e uma bela paisagem já que a estrada seguia bem perto do mar.
Finalmente alcançamos, primeiro uma tranquila baía no extremo norte e, depois, por uma estrada secundária, cumprimos o desiderato do dia ao visitarmos o farol guia do extremo norte. Ali o mar se extendia até o infinito, não se podendo perceber, como no sul do Brasil, a curvatura do globo terreste. Aqui, devido à localização, a sensação é de que a terra não tem curvatura e o oceano segue plano até o infinito.
Em comparação, o farol do sul está mais conservado e num lugar significativo, já que é uma reserva natural de proteção de pássaros. O do norte, porém, tem uma vantagem. Permite o acesso ao oceano, possibilitando à blogueira colacar os pés nas águas do Báltico. Curtimos muito este fim de tarde de sol pleno e a "conquista" da ilha, apesar de sua extensão.
Chegamos de volta ao hotel por volta das 19h e, após pequeno descanso, um jantar no próprio hotel, com entrada de maionese de camarão sobre torrada para a blogueira e, como prato principal, um steak para ambos já que, apesar da relação e proximidade com o mar, constatamos durante a viagem que o forte dos escandinavos é carne. Na preparação de frutos do mar, estão há kms de distância de nós. A harmonização se deu com um blend de merlot, carbernet sauvignon e outro vinho sul africano. Repetimos a sobremesa de morango com sorvete e creme, que havíamos experimentado ontem, porque estava divina.
Depois do jantar, a sagrada caminhada, ainda com resquícios de sol, pelo povoado que cerca o hotel. Amanhã será dia de retorno para Copenhage para viajarmos de volta na quinta. Não percam, todavia, o blog de amanhã. Será um resumo da viagem, com tudo de ruim e de bom que encontramos na escandinávia, com dicas interessantes para quem ainda não a conhece. Até lá. Beijos. Narcísio e Dirlei.
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Pequena cidade na parte sual de Öland |
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Velhos moinhos de vento, tônica em todas as fazendas da ilha |
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Pedra runa, do ano 1000, com versos em homenagem ao Rei Sibbe |
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Muro Rei Charles X, de 4611m |
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Litoral pedregoso da parte oeste do sul da Ilha |
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Pequenas marinas no litoral de Öland |
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Réplica da igreja de São João, com o monte ao fundo onde estava construída |
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Farol do extremo sul de Öland |
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Bando de cisnes brancos da reserva natural de pássaros do sul da ilha |
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Fortaleza de Eketorp, no leste do sul da ilha |
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A blogueira, assando pão à moda medieval, no interior da fortaleza |
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Casario no interior da Fortaleza de Eketorp |
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Réplica do que foi Eketorp no seu auge |
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Sítios arqueológicos por toda a ilha |
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Castelo de Borgholm, na parte nordeste de Öland |
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O sol refletido no mar, no nordeste da ilha |
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Baía no extremo norte de Öland |
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Farol do extremo norte de Öland |
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Praia pedregosa, no norte da ilha |
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Blogueira, molhando os pés no Báltico, próximo do farol do norte |
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O blogueiro, posando em frente do farol do norte |
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