Seguidores e Seguidoras,
Hoje acordamos em Rovaniemi, na Lapônia, no meio da floresta boreal e, após um bom café da manhã, fomos visitar a Vila do Papai Noel que fica cerca de 6kms do centro da cidade. Ontem, quando fomos dormir, o sol reinava num céu azul. Como é normal acontecer aqui nesta região, em função das grandes florestas e muitos lagos, o tempo é imprevisível. Não dá para confiar em nada. Pode estar chovendo mas, em poucas horas estar sol pleno ou vice-versa. Hoje não foi diferente. Apesar da noite passada ter sido com sol e céu azul, amanheceu chovendo, tornando a visita à Vila do Papai Noel um pouco prejudicada. O local é repleto de lojas de souvenirs, parque com renas e, mais importante, os escritório do Velhinho. Para visitá-lo, abrimos uma porta pesada que deu entrada a um caminho em meia-luz que, de plano, apresentava uma série de trenós do Papai Noel. À medida que entrávamos, sons pesados, rangidos e outros indecifráveis, aguçavam os sentidos, especialmente das crianças, para o grande momento -a audiência com o Velhinho. Antes de subirmos para o segundo piso, onde ele se encontrava, um enorme pêndulo balançava mostrando que o tempo do Natal estava se aproximando a cada balanço do mesmo. Quando chegamos ao final do caminho percebemos uma enorme fila, especialmente de crianças, esperando a vez para falar com o bom velhinho. Pela demora de cada uma lá dentro, com seus respetivos pais, percebemos que levaria tempo demais para a visita. Desistimos, porque a viagem de quase 680km era longa e porque já sabíamos onde Ele oficiava, o que facilitará sobremaneira o envio dos nossos pedidos, além daqueles que lá já deixamos com sua secretária. Depois da Legolândia, mais uma fantasia de criança que realizamos, mesmo que tardiamente.
Dali iniciamos a viagem rumo à cidade de Savonlinna, no suleste da Finlândia, quase na divisa com a Rússia. A viagem iniciou-se com entrada fundo nas Florestas da Lapônia e ali compreendemos porque o Papai Noel distribui os presentes em trenós puxados por Renas. Havia várias manadas delas pastando à beira da estrada ou no meio da floresta rala. Uma delas, inclusive, no meio do asfalto e, como diminuimos a velocidade, ela nos acompanhou correndo na lateral do carro, quase nele tocando. Essa foi a rotina da viagem por um bom tempo, com floresta fechadas, interrompidas aqui e ali por lagos de todos os tamanhos e por áreas de manejo que os filandeses aprenderam a fazer para explorá-la.
Como estávamos mais próximo da fronteira com a Suécia, o trajeto foi feito pelo coração do País, até nos direcionarmos para o leste onde fica a cidade na qual nos encontramos agora. No início, poucas e muito pequenas cidades. À medida que descíamos para o sul, começamos a ver estradas melhores, cidades maiores, mais industrialização, mais plantações e áreas enormes urbanizadas. Quando nos direcionamos para a fronteira da Rússia, próxima da qual fica Savonlinna, entramos numa vasta região da Finlândia onde existem mais lagos do que terra. O mapa do País que temos, mostra o que estávamos vendo, com precisão. A cidade onde nos encontramos é a mostra adequada de como uma cidade se estabelece nesse ecossistema diferente. Chegamos ao final da tarde, por volta das 17h, já com sol pleno.
Além de ser um excelente ponto de partida para excursões pelos lagos Saimaa, Savonlinna tem seu próprio encanto. Na cidade, que se estende por várias ilhas, fica o célebre castelo medieval de Olavinlinna, o Castelo de Santo Olavo, sede do mundialmente famoso Festival Internacional de Ópera de Savonllina. Tanto que, hoje, quando o visitamos, a osquestra estava fazendo os ensaios para a apresentação que acontecerá proximamente. Durante um mês, no verão (neste ano será em Julho), esse festival atrai grande número de visitantes em busca de cultura e de atrações naturais. Olavinlinna é um dos castelos mais bem preservados da escandinávia, fato que pudemos comprovar pessoalmente. Fundado no ano de 1475, o castelo tem três torres e um pátio cercado de muralhas, reforçadas por mais torres. Nele existem dois museus: o Museu do Castelo, no qual a história local é contada por meio de vários artefatos e exposições e o Museu ortodoxo, que exibe peças da iconografia ortodoxa russa, tanto da própria Rússia quanto da Finlândia. Desde o fim do século 19, o castelo é uma das principais atrações da cidade.
Num passeio pela cidade, ela nos mostrou sua vocação para os lagos que a rodeiam e que fazem dela uma cidade de ilhas. Muitos atracadouros e as orlas estão sendo urbanizadas para embelezamento e aproveitamento pelos moradores e turistas. Estamos hospedados no Best Western Spahotel Casino, com sacada para o lago, com um dos visuais mais exuberantes que já vimos da sacada de um hotel, especialmente no por do sol. Árvores, ilhas, encostas, sol diretamente refletido no lago, revelando um novo cenário a cada minuto. Um privilégio para poucos.
O povo finlandês, mais bonito que dinamarqueses e noruegueses, muitas mulheres parecendo a Byork, cantora e atriz desta terra, com um jeito um tanto exótico. Não falam guturalmente como os outros escandinavos, sendo a vocalidade parecida com a nossa, só que numa sopa incompreensível de consoantes e sílabas simples com pa, ta, por exemplo. Há palavras de quatro sílabas, todas com a letra ä com dois pontinhos, o que, para nós, soa estranho. São, na sua maioria, muito educados e cordiais.
Amanhã o destino será Helsinque onde ficaremos pelo menos dois dias. Estamos curiosos para conhecer essa capital tão distante e pouco familiar para nós. É assunto para as próximas postagens. Beijos. Narcísio e Dirlei.
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Recepção feita pelos duendes no escritório do Papai Noel |
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Prédio principal da Vila do Papai Noel |
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Vila do Papai Noel em Rovainemi |
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No segundo piso, o escritório do bom velhinho |
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Rena nas rodovias da Lapônia |
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Rena correndo ao lado no nosso carro, na Lapônia |
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Rodovia cercada de verde, quando cruzamos a Finlândia |
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Idem, anterior |
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Catedral de tijolo aparente em Savonlinna |
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Ponte ligando as ilhas que compõem Savonlinna |
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Urbanização das margens dos lagos, em Savonlinna |
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Savonlinna, seus lagos e suas ilhas |
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Idem anterior |
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Atracadouros nos lagos de Savonlinna |
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Castelo de Santo Olavo |
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Visão da ponte que liga a cidade ao Castelo de Santo Olavo |
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Visão mais próxima do castelo |
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Visão do por do sol, às 22,30h, da sacada do nosso apto. do hotel |
Querido mano e Cunhada - Espero que não tenham se esquecido de fazer o pedido para sua mana, ao bom velhinho... hehehe
ResponderExcluirQue maravilha! Isso é que é sonhar acordado!
Flávia
Caros desbravadores nórdicos,
ResponderExcluirAs belas fotos dessa encantadora cidade de Savonlinna e arredores serão guardadas junto a tantas outras que compõem o magnífico e privilegiado roteiro escolhido pelos amigos.
Que o percurso até Helsing seja sereno como tem sido até agora.
Continuo como terceiro passageiro.
Abraços do Nelson