Viajando Conosco: Metz e Estrasburgo, imperdíveis

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Metz e Estrasburgo, imperdíveis

Seguidores e Seguidoras,

Que dia maravilhoso foi hoje. Duas surpresas positivas. Metz e Estrasburgo, na Alsácia Francesa. Quem não as viu mas gosta de boas surpresas e muita beleza, deve conhecê-las.

Tomado o café da manhã, muito modernoso demais para o nosso gosto, do Suíte Novotel de Nancy, partimos, na metade da manhã, para conhecer Metz, que dista cerca de 54 km de Nancy. Na estrada ficamos preocupados porque uma chuva pesada dizia que teríamos dificuldades para curtir Metz. A sorte nossa, todavia, foi outra. Primeiro, porque erramos uma rua e fomos dar diretamente dentro de um enorme estacionamento subterrâneo, debaixo da Praça da República, bem no centro da cidade. Segundo, porque Metez nos surpreendeu de forma muito positiva. Terceiro, porque, tão logo saímos do estacionamento subterrâneo, constatamos, incrédulos, que as nuvens e a chuva haviam desaparecido para dar lugar ao calor e ao sol pleno. Como diria o nosso amigo Marcelo Zanellato, os deuses dos viajantes nos protegem. Que continue assim.

Numa primeira olhada, Metz até nos parece dura, mas ela é muitíssimo atraente. Situada na confluência do Rio Moselle, nosso grande conhecido desde que o visitamos em toda sua extensão Alemã, com o rio Seille. Como eles sabem, há longos e históricos anos, usar e enfeitar os rios, essa conjugação resultou em coisas magníficas. Vinte pontes cruzam rios e canais ao longo das águas. Cidade galo-romana e hoje capital da Lorena, sempre foi um peão de dança na dança das fronteiras - anexada pela Aemanha em 1870, voltou à França 48 anos depois, em 1918.

Localizada em uma colina sobre o Moselle, a Catedral de St-Etienne dá vista para o centro histórico. O exterior gótico ostenta arcobantes surpreendentes e gárgulas compridas. No interior, os vitrais - do gótico ao moderno, inclusive alguns de Marc Chagall - refletem luzes cintilantes nas paredes.

A noroeste da catedral, uma ponte estreita de madeira conduz à Île Petit Saulcy, o local do mais antigo teatro francês ainda em uso. Do outro lado da catedral, a Porte des Allemands, que cruza o rio, mais parece um castelo medieval, por causa da ponte, das torres e do portão do século 13, com torres que lembram saleiros. As fotos haverão de dar uma boa idéia do que vimos.

Na Vielle Ville, a bela e impressionante Place de St-Louis está rodeada de mansões do século 14, com lindas arcadas, tomadas por restaurantes, que distribuíram mesas no centro da praça, deixando-a linda e acolhedora. Enfim, Metz, apesar de não muito citada nos roteiros turísticos tradicionais, é uma visita que vale todo o esforço de viajar até ela para conhecer a sua beleza plástica e o seu rico patrimônio cultural e histórico.

Conhecida Metz, partimos em direção à mais importante cidade da região da Alsácia. Estrasburgo. Fomos pela A4 e, cerca de 160 kms depois, por uma estrada entre árvores e belos parques nacionais e com os Alpes ao fundo, nela chegamos. Um dicotomia tomou conta de nós, na medida que ora pensávamos que estávamos na França, ora que estávamos na Alemanha. O enxaimel, muito bem cuidado e rico, foi um dos destaques de Estrasburgo.

A meio caminho entre Paris e Praga, Estrasburgo é conhecida como a 'encruzilhada da Europa'. A cidade ostenta com desembaraço um ar cosmopolita europeu - afinal de contas, a famosa catedral já atendeu tanto congregações católicas quanto protestantes - e como uma das capitais da União Européia, ergueu o futurístico prédio do Parlamento Europeu nos arredores do centro histórico. As atrações tradicionais podem ser muito bem observadas quando se percorre os canais que circundam a cidade velha. Na caminhada vêem-se as Pontes Cobertas, ligadas a torres de vigia medievais que permitiam obsevar os quatro canais do Rio Île e a Petite France, que belo recanto da cidade, um dos bairros onde se curtiam couros, pontilhado de fábricas e atravessando a ponte. Hoje, casas enxaimel com sacadas floridas, restaurantes, livrarias, artes e tudo tipo de comércio e loja, fazem desse recanto um lugar encantador e imperdível. A catedral Notre-dame, uma obra prima com trabalhos rendilhados em pedra "ergue-se como a mais sublime árvore de Deus, com amplos e abobodados galhos" conforme observou Goethe. Seu interior é portentoso pela sua grandeza, mas é despojado, destacando-se alguns vitrais em rosácea, o órgão e o seu original relógio astronômico, visto como se fosse um altar. Culturalmente, também é muito rica, com museus para todos os públicos e gostos. Uma cidade completa, que tem tudo para deixar o turista, por mais exigente que seja, encantado, desde que ele se disponha a visitá-la por inteiro. Visita altamente recomendada.

Como a cidade estava muito cheia e já era fim de tarde, decidimos seguir em frente e dormir em Obernai, no extremo da Rota dos Vinhos, mas cerca de só 25 kms de Estrasburgo. A primeira passagem por ela, mostra que a visita promete. Nos hospedamos no sofisticado Le Parc, hotel e spa. Um achado. Charmoso, bem decorado e com o ar de um resort de interior. Na janta, apesar de serem pratos bem sofisticados da cozinha francesa e que o nosso francês não era suficiente para decifrá-lo escolhemos um mignon de vitela com trufas e pirê de batadas novas, com um molho divino. Acompanhado de um Pinot Noir da Alsácia, era tão delicioso que ficamos orgulhosos de escolhê-lho mesmo sem conseguir decifrar o cardápio. No mesmo diapasão, a sobremesa de creme de chocolate numa base de pistache e geléia picante, deu um grand finale ao nosso jantar.

Um dia maravilhoso. Obernai e outras jóias da Rota dos Vinhos é assunto para amanhã. Beijo a todos. Narcísio e Dirlei.