terça-feira, 27 de setembro de 2011

Chantilly, Chartres, Augerville, Tours, Montrésor e Loches

Seguidores e Seguidoras,

Ontem, um problema técnico inarredável, evitou que fizéssemos  postagem. Era aniversário do blogueiro. Nos hospedamos no Castelo de Augerville, no interior do Vale do Loir e que fica no meio de um campo de golfe. Na sacada do castelo, de entrada, um copo de champagne rosé. Durante do jantar (entrada de caviar, vitela com champignons e polenta e claras flotantes com sobremesa) um tinto chateauneuf du pape e, para coroar, um fino congnac. Resultado. Uma incompatibilidade plena entre os blogueiros e o computador. A mistura alcoólica gerou um curto no ordinateur que fez com que só hoje essa compatibilidade retornasse porque a quantidade de vinho e champagne no jantar foi reduzida.

Explicado o problema técnico, vamos ao que interessa. Ontem começamos o dia em Chantilly, na região da Picardia, ao norte de Paris. De interessante o seu belo Castelo, desvalorizado apenas porque foi lá o casamento relâmpago do Ronaldo com a Ciccarelli. A cidade é a capital das corridas de cavalo na França. É uma combinação de castelo, cavalos, parques e floresta que a rodeiam. Sua origens remotam  à época galo-romana. O castelo atual começou a tomar forma em 1528, quando Anne de Montmorency, condestável da França, reformou a velha fortaleza e acrescentou o Petit Chateau. Na época do grande Príncipe de Condé(1621-86), os trabalhos de reforma continuaram  e Le Nôtre criou o parque e as fontes que deixaram Luís XIV com inveja.  Destruído durante a revolução foi reconstruído e suas festas e reuniões de caça eram frequentadas pela alta sociedade e 1820 a 1830. Deu lugar  a um castelo de estilo renascentista no fim do século 19. O castelo é rico em obras de arte de pintores importantes e seu jardins são amplos, com muita água, cisnes e florestas.

Grande destaque são as magníficas estrebarias, um palácio equestre projetado por Jean Aubert, em 1719, capaz de acomodar 240 cavalos e 500 cachorros. O Musée Vivent du Cheval, que visitamos também, tem várias raças de cavalos e pôneis e magníficas exibições de equitação duas vezes por dia. Um local muito bonito e de agradável visita.

De lá retornamos para a região do Loir para visitação de lugares que ainda não havíamos visitado nas duas estadas lá. Chartres é famosa por ter a maior catedral gótica da Europa. Os seus vitrais são um espetáculo à parte. São 176 que mostram histórias bíblicas e o cotidiano do século 13. No piso da catedral há uma enorme labirinto onde os peregrinos costumavam seguir sua rota de joelhos, como penitência, num percurso de 262 metros.

A Catedral foi iniciada em 1020 e destruída por um incêncio em 1194. Camponeses e nobres se uniram, numa história rica, trágica e tão interessante que tem até um programa de televisão contando o evento, para reconstruí-la, nos moldes que hoje encontramos. Chartres faz parte de um dos primeiros projetos de conservação urbana da França. Há casas de madeirame acanalado ao longo de ruas com escadarias íngremes conhecidas como tertres e que levam ao rio Eure, de onde se vê moinhos, curtumes medievais, pontes de pedra arqueadas, casa de lavar e a catedral. Vale a visita mais pela sua histórica e bela catedral.

Hoje iniciamos o dia no Castelo de Augerville, bem no interior do Vale do Loir, no campo, mas muito bem frequentado porque fica no meio de um enorme campo de golfe. Por isso, está sempre cheio de golfistas do mundo todo. Muito bem conservado e luxuoso, foi o lugar perfeito para o blogueiro iniciar um novo ano.

De lá fomos conhecer Tours, a cidade mais importante do Loir na medida que já foi capital de França antes de Paris. Foi muito destruída, tanto pelos prussianos em 1870 e durante a segunda guerra. Por isso, apenas na Place Plumerau, no bairro medieval, restam alguns prédios de madeirame à vista. Destaca-se, também, a sua maravilhosa Ponte Wilson. Não vale, todavia, a visita, porque é uma cidade sem qualquer atrativo que a destaque em relação à outras belas cidades da região.

De lá, viajamos um pouco mais para o leste para conhecer aquela que dizem ser a cidadezinha mais bela da França. Montréssor. Pelo menos, o guia e uma placa na entrada da cidade assim a intitulam. E ela quase merece o título. Uma jóia de cidade. Está situada junto ao rio Indrois, no vale do Touraine. A cidade tornou-se um assentamento polonês por volta de 1840. Em 1849, um nobre polonês, o conde Branicki comprou o Chateau do século 15, erguido no local de uma fortificação do século 11. Desde então, pertence à mesma família. Seu interior, intacto desde lá, é impressionante pela riqueza do ambiente da época. Vale, sem dúvida uma visita, tanto à pitoresca cidadezinha, como ao seu Castelo, pela originalidade de seu interior.

Poucos kilômetros dali está Loches, quase tão bela quanto Montrésor. Intacta, esta cidade medieval está um pouco afastada  do circuito dos castelos, no vale do Indre. É tranquila, com portões de gótico tardio e fachadas esculpidas. Sua masmorra domina a paisagem e tinha os piores calabouços do Loire, segundo a lenda. Foi ali que Joana D'Arc rogou ao Rei Carlos VII que fosse a Reims para ser coroado. A capela de Ana da Bretanha é decorada com arminhos e guarda uma esfígie de Agnès Sorel. Visita mais do que válida.

Hoje novamente estamos hospedados num hotel Chateau do interior da região, o Chateau de Reignac, muito confortável e num lugar silencioso e agradável. Amanhã, se tudo der certo, estamos pensando em fazer uma aventura bem radical. Se ela se concretizar, vocês verão tudo aqui. Aguardem. Beijos. Narcísio e Dirlei.  

Castelo de Chatilly

Chateau du Vivent Cheval, em Chantilly

Um dos 176 vitrais da catedral de Chartres

Visão parcial do labirinto no piso da catedral de Chartres

Catedral de Chartres

Paisagem da cidade baixa de Chartres

Casario de madeirame canelado, Chartres

Castelo de Augerville, onde ficamos hospedados ontem

Jardins e campo de golfe no Castelo de Augerville

Campo de golfe no Augerville

Ponte Wilson, Tours

Casario na Praça do centro medieval, Tours

Catedral de Tours

Museu em casa antiga, em Montrésor

Montrésor

Castelo de Montrésor

Montrésor

Uma das torres de entrada da cidade de Loches

Castelo de Loches

Visão da cidade e do Castelo, Loches

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