Seguidores e Seguidoras,
Ontem, fruto de sinal fraco de internet no ótimo Europa Best Western de Olímpia, não pudemos fazer postagem. Agora, em Patras, no Porto Rio Hotel, com vista do mar e da ponte que liga a parte sul à parte norte da Grécia, estamos de volta com muitas novidades sobre o interior do País.
Em primeiro lugar, duas dicas. A primeira, foi a confirmação da nossa teoria, de que não se conhece o povo de um país pelo de sua capital. Em Atenas, no mais das vezes fomos tratados com muita grosseria. No interior, ao contrário, povo muito amável. Esperamos que assim continue até o fim da viagem.
A segunda, dirigir na Grécia é uma aventura das mais perigosas. Os motoristas são muito estressados e agressivos. Procuramos respeitar a velocidade e, mesmo onde tem radar, eles andam em alta velocidade e ultrapassam perigosamente em locais proibidos. Hoje, depois da visita de Olímpia, começou a chover forte e, mesmo nessas condições, as imprudências se avolumaram até darmos com um acidente envolvendo cerca de 5 carros. Todo cuidado, pois, é pouco para quem vier dirigir por aqui.
Vamos ao que mais interessa. Ontem acordamos cedo em Atenas, arrumamos as malas e, depois do café da manhã, fomos para a Hertz, no centro da cidade, para pegarmos o novo possante para o resto da viagem. Coube-nos um novo Corolla branco, automático e em cujo bagageiro coube toda a nossa bagagem de duas malas médias e duas pequenas.
Seguindo boas dicas da atendente da Hertz, saímos fácil de Atenas e logo estávamos na autoestrada rumo a Corinto Antiga. Antes de lá chegar, todavia, fomos visitar, no alto de uma montanha rochosa, a Acrocorinto.
Apenas 4km ao sul da Corinto Antiga situa-se o bastião de Acrocorinto, ao qual o acesso é permitido diariamente das 8,30 às 15,00 horas. Mantido e reforçado por todos os exércitos que passaram por ali desde os tempos dos romanos, foi uma das fortalezas mais importantes do país no período medieval. Nas ruínas ainda há vestígios das ocupações bizantina, turca, franca e veneziana. Do alto do Acrocorinto pudemos apreciar uma das ditas mais lindas vistas de toda a Grécia.
Um lugar historicamente muito importante já que dizem os gregos que essa fortaleza garantiu a sobrevivência de sua civilização, sem contar as vistas de tirar o fôlego que se tem lá de cima. É permitido ir de carro até a entrada do complexo que ainda se encontra em fase inicial de recuperação e de pesquisas arqueológicas.
A propósito, nesses primeiros dois dias de viagem pelo interior da Grécia já pudemos constatar o quão atrasados eles estão em termos de escavação e recuperação do seu patrimônio histórico. Foram chocantes algumas constatações que relataremos mais adiante.
Do Acrocorinto fomos visitar a Antiga Corinto. Povoada desde os tempos neolíticos, a Corinto Antiga foi destruída em 146 a.C. pelos romanos e reerguida um século depois. Com população de 750 mil habitantes no período romano, a cidade ganhou reputação de centro de vida libertina - a ponto de ser criticada por São Paulo em 52 d.C. As escavações do sítio, que ainda continuam e estão inacabadas, revelaram a amplitude da cidade antiga, destruída por terremotos na era bizantina: essas ruínas constituem o maior distrito romano da Grécia.
Entre os vestígios mais notáveis dali estão a Via Lechaion, estrada coberta de mármore que ligava os porto de Lecahion à cidade, e o Templo de Apolo, com belas colunas dóricas. O templo é um dos poucos edifícios mantidos pelos romanos quando estes reconstruíram a cidade em 44.a.C. Do templo de Otávia, dedicado à irmã do imperador Augusto, restam apenas três colunas coríntias coberta por uma arquitrave restaurada. Odeon é uma das diversas construções doadas à cidade por Herodes Ático, rico ateniense amigo do imperador Adriano.
Perto do Odeon visitamos o Museu que exibe um acervo que representa todos os períodos da história da cidade. Aliás, esta é a tônica dos patrimônios históricos da Grécia, desde Atenas. Eles retiram tudo o que podem do sítio arqueológico e colocam num museu próximo. No sítio, restam apenas os escombros como foram encontrados. Praticamente nada é reconstruído, mesmo havendo material descoberto que isso permitisse e que tornaria o local muito mais atrativo e interessante de se ver. Por isso, é obrigatória a visita ao Museu e às ruínas para se ter a perfeita compreensão do sítio.
A galeria romana do Museu da Antiga Corinto tem especial destaque e abriga mosaicos espetaculares do século 2º d.C. trazidos do piso de algumas das muitas mansões situadas na região.
A combinação de Acrocorinto com a Corinto Antiga, aliado ao fato de que não está muito longe de Atenas, ligada por autoestrada, faz a visita a este local de muito importância histórica, imperdível.
De Corinto, indo na direção sul, fomos visitar a historicamente importante e conhecida desde os templos bíblicos, Esparta Antiga e seu rico patrimônio histórico. Para nossa decepção, seguimos as placas indicando o museu arqueológico e as ruínas da cidade antiga e, ao chegarmos lá estava apenas em fase muito inicial de escavações, sem ninguém lá para nos receber. Do que vimos, há um sítio enorme a ser explorado e, pelo mínimo que já foi feito dá para perceber que promete muito. Do jeito que está, todavia, não vale a pena perder tempo para ir lá, mesmo porque, a cidade é muito feia e precária de informações e indicações de locais turísticos, salvo o museu da azeitona e do azeite que nos recusamos a visitar. Em protesto, nem uma foto tiramos de lá e esperamos que um dia eles acordem para a importância cultural e econômica que representa um sítio turístico daquela importância.
De lá nos direcionamos para Olímpia, mais a noroeste e nos surpreendemos com o relevo e o meio ambiente da Grécia. A imaginávamos seca e quase desértica, como Atenas e suas ilhas. Ao contrário, nos defrontamos com uma enorme cadeia montanhosa muito verde, com escarpas gigantescas e uma estrada estreita no meio das suas encostas e cidades nela penduradas. Passamos, inclusive, por uma cidade grande, com casas normais de grande porte, todas construídas numa escarpa íngreme de cima a baixo e a estrada, para um só carro, cortando-a ao meio. Nunca havíamos visto uma cidade daquele porte, pendurada numa escarpa tão radical. Pena que não pudemos parar para fotos, já que não havia recuos na estrada estreita e, na cidade, se você parasse, obstruiria o trânsito. Na passagem, as pessoas nos bares e nas varandas das casas com seu modo de vestir típico, especialmente as senhoras gregas, de preto e com um lenço amarrado sob o queixo.
Fotografamos, todavia, rebanhos de ovelhas e cabras que de vez em quando nos faziam parar porque obstruíam toda a estrada. Alguns pastoreavam de cajado e acompanhados de cães. Outros, todavia, de moto, mais modernos. No início da noite, inebriados pela beleza do caminho, chegamos em Olímpia e nos hospedamos no Europa Best Western, localizado no topo de uma montanha, perto da cidade. Nos hospedamos e fomos jantar nos jardins do hotel, com a cidade aos nossos pés. Um filet grelhado com vinho cabernet sauvignon grego, que como todos os demais vinhos gregos que tomamos, branco ou tinto, tem como característica comum uma acidez exagerada que não os recomendam.
Hoje, acordamos e da sacada da suíte sentimos o ar e o frescor da montanha que tanto nos agrada e nos revigora. Depois de um ótimo café da manhã do hotel, fomos conhecer Olímpia Antiga que, aqui, diferente de Corinto, fica bem próxima da cidade moderna. Magnífico lugar.
O Santuário de Olímpia desfrutou de mais de mil anos de fama como centro religioso e esportivo. Os dóricos introduziram ali o culto a Zeus, supostamente morador do Monte Olimpo, daí o nome do local. Olímpia atingiu seu apogeu no século 5º a.C. mas perdeu poder político e religioso no final do reinado do imperador Adriano. Os primeiros Jogos Olímpicos, antecessores das atuais competições, foram aqui realizados a partir de 776a.C. e proibidos 393 d.C., pelo imperador Teodósio I, que considerava o evento pagão.
As ruínas mais importantes são o Templo de Zeus, erguido em estilo dórico no século 5º a.C. do qual restam apenas bases das colunas e fragmentos, e a Palestra, parcialmente reconstruída e, no passado, centro de treinamento de atletas. No Ateliê de Fídias foi esculpida uma imensa estátua de Zeus no século 5º a.C.
Obrigatório visitar antes o Museu Arqueológico, um dos mais ricos da Grécia, com mostras desde a pré-história até a era romana. O saguão central abriga o frontão triangular e a escultura métopa trazidos do Templo de Zeus, sem contar as referências aos jogos olímpicos.
Depois de visitarmos o museu e todo o enorme sítio arqueológico, ainda em andamento, impressionando sobremaneira o estádio e a pira dos antigos jogos olímpicos, ficamos com a impressão, de que poderia estar ainda melhor, se os templos e demais edifícios, alguns com as suas partes completas no chão ao redor da sua base, fossem remontados.
De lá fomos visitar a cidade moderna, muito bonita e totalmente preparada para receber os milhares de turistas, inclusive brasileiros, que acorrem a este lugar maravilhoso e imperdível sob todos os aspectos. Altamente recomendado.
Em direção ao norte, paramos para dormir em Patras, uma grande cidade na divisa da parte sul e da parte norte da Grécia para amanhã seguirmos rumo ao norte para conhecer as maravilhas que tem por lá. Promete muito. Se o sinal da internet permitir, tudo estará aqui. Até. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.
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Esta e as próximas são da impressionante Acrocorinto |
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Técnico fazendo escavações, ainda no início, em Acrocorinto |
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Templo de Apolo |
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Esta e as próximas são do museu da Corinto Antiga |
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Mosaicos de mansões da Corinto Antiga |
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Testadas de edifícios |
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Templo de Otávia, na Corinto Antiga |
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Corinto com o Acrocorinto ao fundo |
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Basílica |
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Via LeChaion, de mármore, que ia até o mar, kms daqui |
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Ovelhas no caminho para Olímpia |
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As montanhas, no caminho para Olímpia |
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O Corolla para a viagem pela Grécia |
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Vista desde a nossa suíte do Best Western, Olímpia |
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O Museu com peças da Olímpia Antiga |
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Frontão do Templo de Zeus(vejam foto abaixo) |
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Já havia celular naquela retratado no frontal do Templo de Zeus rsrs |
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A impressionante arte de antes de cristo |
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Maquete da Olimpo Antiga |
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O Museu |
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As Colunas do tempo, no chão, pedindo para serem remontadas |
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A entrada no Estádio das Olimpíadas antigas |
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Sensação indescritível entrar no estádio |
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Maquete do estádio |
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Na peça no chão, na frente do templo, onde era acesa a pira e onde até hoje se acende ali a tocha olímpica, na foto abaixo |
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Como era o prédio das ruínas das fotos acima e abaixo |
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A cidade moderna de Olímpia |
Caríssimos amigos.
ResponderExcluirHoje, depois de alguns dias de ritmo intenso e pouca internet, agora consegui ler o blog e ver as fotos. Maravilha! Boa continuação de viagem! Beijos.