quarta-feira, 5 de outubro de 2011

RESUMO DA VIAGEM À FRANÇA

Quando, no último dia da viagem, fazíamos o passeio de balão pelo Vale do Loir, lá do alto víamos todas as matizes de cores dos jardins dos castelos, das matas, das plantações, do céu azul e dos demais balões que faziam o mesmo percurso. Ali nos demos conta que estávamos  tendo, naquela hora de voo, uma síntese das sensações que havíamos tido até ali  na viagem pela França.

A França que conhecemos é cheia de contrastes, como as cores que divisamos do balão silencioso no céu. Na verdade, estamos convencidos de que a França não passa de um mosaico da Europa que agora conhecemos tão bem e profundamente. Na Alsácia e Lorena, nos deliciando com as belezas de Estrasburgo, Metz, Nancy, Obernai, Colmar, Eguisheim e tantas outras, não sabíamos se estávamos na Alemanha ou na França, tamanha era a identidade desta região da França com aquele país. Os casarios  no estilo enchaimel,  bem cuidados e floridos, o povo, as vitrinas,  os vinhos, tudo nos remetia àquele país.

Nos Alpes Franceses, como em Chamonix, Annecy, Briançon, Aix-les-Bains, Mont Blanc, a subida radical no Aiguille du Midi, seus lagos com pitorescas cidades nas suas margens e encostas, tudo nos remetia à Suiça ou mesmo, à Áustria.

E a Provence, com seu calor, muito sol e céu azul, em Arles, depois de visitarmos a histórica Avignon, uma corrida de touros para uma arena romana, enormes paellas, tradicional e valenciana, nos restaurantes e nas ruas, nas praças música alta e o povo, muitos vestidos para a corrida de touros, a beber e a cantar, cantadores de rua com suas cantigas flamencas, tudo, mas tudo mesmo nos remetia à Andalucia, na Espanha. Quem conhecesse a Andalucia, como nós e fosse colocado ali, de olhos vendados e lhe fosse perguntado, quando se lhe fosse tirada a venda, onde estaria, não hesitaria em dizer que estava na Espanha, em Sevilha, Córdova, Granada, Cadis, Valência ou outro lugar qualquer, mas da Espanha. Todavia, estávamos em plena França, alegre e toda na rua, como em Aix-en-Provence. 

Ainda na Provence, visitando Marselha, sua capital, juraríamos que estávamos num país do norte da África ou até mesmo no Brasil, norte/nordeste.

E a Côte D'Azur, desde Mônaco, passando por Nice, Canes e Saint Tropez e outras tantas do litoral do mediterrâneo, gente rica de todas as tribos européias. O mix total da Europa, desde Italianos até Ingleses.

Nos Pirineus, Foix, Mirepoix, Ax-les-Thermes, Pau, Saint-Jean-Pied-dePort, dentre outros, ora nos remetendo para a Áustria, com seus chalés brancos, com janelas coloridas, no meio de um pasto verde e montanhas ao fundo e ora nos remetiam para o País Basco, com tudo escrito nas duas línguas, restaurantes típicos, muitos espanhóis e muitos peregrinos no caminho de Santiago, que passa por ali. E ainda tem Biarritz, com seu Hotel du Palais, sintetizando a sofisticação, agora no litoral do Atlântico, onde vimos o sol se por.

Subindo um pouco, passando por Bordeaux, La Rochelle e depois a bela e humanizada Nantes, já no encantador Vale do Loir, chegamos à Bretanha onde Rennes, Fougères, Sain-Malo, Dinan e outras mais, com casario escuro, geminado e com seus chaminés, nos remeteram à Inglaterra. A região nos pareceu, também, uma das mais pobres da França, parecendo ser ali o nosso norte/nordeste.

E aí veio a Normandia. Beleza e emoção na medida certa. Começamos pela emoção e beleza rara do Mont Saint Michel. Depois a cidade portuária de Cherbourg, porta de entrada de ingleses e muitos brasileiros do projeto submarino brasileiro. Ali, também, a emoção da inédita visita a um enorme submarino nuclear e a profundidade das suas entranhas.

Depois, o Dia D. Sainte Mère Èglise, onde os primeiros paraquedistas dos aliados pousaram, com tudo registrado em fotos, filmes, aviões, tanques,  roupas e pertences dos soldados, um paraquedas ainda pendurado na torre da igreja, com um boneco representando o soldado que teve a desventura de lá pousar e se tornar alvo fácil. Bayeux onde, acima das lembranças da guerra está a sua tapeçaria, de 70 metros de comprimento, bordada com a história da invasão da Inglaterra por Guilherme, o conquistador.

E tem as praias do desembarque, da libertação, do sangue e da morte  aos montes, vinda dos montes e escarpas, das casamatas nazistas. Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword. E os cemitérios  memoriais dos alemães e dos Americanos, este, num lugar tão lindo e esteticamente tão perfeito que parece o paraíso. Destacamos a praia de Omaha, onde mais de 20 mil soldados foram mortos na areia. Ela é belíssima e com areia fina. Pois apesar disso remanesce lá deserta, sem hotéis, sem casas de veraneio, sem restaurantes, sem banhistas. Só um memorial. O respeito por ela é tão grande que os franceses preferem veranear em praias de pedra, na Côte D'Azur ou mesmo ali perto, mais ao norte, do que profanar aquele lugar tão significativo para sua libertação do jugo nazista. E tem também, Caen, 2/3 destruída, palco da primeira grande batalha depois da invasão.

A Normandia, todavia, não é só tristeza, veneração lembranças e turistas americanos. Tem, também, belezas ímpares como Honfleur e as gigantescas e estonteantes falésias, em Etretat. Mais um contraste dentre tantos por nós vividos  nesta viagem de 31 dias.

No centro da França, com Dijon, Lyon, Bourges e na Gasconha com Toulouse e Montauban, a essência da França, equidistante do mar e dos países vizinhos.

E teve também, Rouen, sua catedral tantas vezes pintada por Monet e seu casario maravilhoso, Geverny e a casa e os jardins de Monet e a coroação com uma revisita  às cidades e aos castelos do Loir, com novas descobertas como Chartres, sua catedral com seus vitrais e labirinto da redenção dos pecados, Montrésor e Loches e finalizando, um voo de balão por sobre castelos, florestas, fazendas, plantações e o Rio Loir.

Estas são algumas pinceladas dos contrastes que descobrimos nesta parte da França que ainda não conhecíamos. Outras regiões e cidades foram visitadas. Quem acompanhou, e não foram poucos os acessos, sabe exatamente o quão interessante e complexa foi esta viagem.

E quanto ao povo da França. Também aqui contrastes. Não raras as vezes que consultávamos o mapa e logo se acercava alguém oferecendo ajuda. Sempre que precisamos e pedimos, fomos muito bem recebidos. No trânsito, todavia, mostraram-se muito mal educados. Não espere deles qualquer gentileza. Se você está num aperto ou pretende acessar uma rua, uma rodovia, não espere deles qualquer ajuda. E adoram businar. Nas faixas de pedestres, praticamente em todo o País, eles não param. É um perigo, principalmente para nós que nos acostumamos com o respeito absoluto das faixas nos países de primeiro mundo. Há tanto desrespeito que, quando parávamos para o pedestre passar, eles se surpreendiam e nos agradeciam, como se tivéssemos feito um favor.


Para piorar, todos fumam, desde os adolescentes até os velhos, todos fumam e jogam os restos no chão, pela janela do carro, dos prédios, etc. E as mães com bebês fumam e não têm os cuidados de desviar a baforada dos rostos dos filhos. Daí o motivo pelo qual todos os jovens fumam. Já se viciam desde o útero. E as mulheres, especialmente, que são muito, mas muito feias e mal vestidas, ficam mais horrorosas ainda com um cigarro na boca.


Nos surpreendemos, também, com o turismo doméstico. Na sexta-feira à tarde, as estradas lotavam. Todos se deslocando para passar o final de semana em algum lugar. Tanto assim era que, nos finais de semana os hotéis ficavam lotados, seja qual fosse a região onde estivéssemos. Quanto aos hotéis uma dica. Na terça-feira à noite, especialmente nas grandes e médias cidades, se você não tiver reserva, não dorme. É um dia que eles fazem um evento, uma reunião, que não conseguimos descobrir o motivo e que faz com que todos se desloquem para essas cidades, lotando todos os hotéis.

Os vinhos, queijos e comidas, são um capítulo à parte. Nisso eles são os melhores. Não há restaurante, por menor que ele seja, que não conte com um chef tentando impressionar e fazer o seu melhor. Provamos vinhos, queijos, trufas, champignons, doces, e todo tipo de comida de todas as regiões. Um festival de misturas de sabores, ingredientes e apresentação artística dos pratos.  Um capítulo memorável da viagem.

Encontramos poucos brasileiros viajando pelo país, salvo em alguns  lugares mais famosos, mas fizemos contatos com muitos casais ingleses que nos deram importantes dicas para a nossa próxima viagem, no ano vindouro, para a Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlandas.

Gostaríamos de agradecer a todos os seguidores, identificados ou não. A última que se registrou oficialmente foi a Carol, a quem damos boas vindas.
Muitos tiveram problemas para postar comentários, mas os que conseguiram, tornaram nossa viagem mais colorida e gostosa. Homenageamos todos que acessaram o blog durante a viagem, especialmente aqueles que comentaram, em nome do nosso Amigo Zucco que, com seus comentários sempre muito criativos e espirituosos, nos proporcionaram boas gargalhadas.

Qualquer viagem que fizermos, ou lugar especial que conhecermos, postaremos aqui. Neste ano, de certo, por ora, será o Natal e Ano Novo no Solar Mirador, na Praia do Rosa.

Quem gosta do que nós gostamos ou quem pretender alguma sugestão para as suas viagens, é só acessar. Obrigado mais uma vez, pela sua agradável companhia. Até a próxima. Beijos. Narcísio e Dirlei.



Um comentário:

  1. Narcisio e Dirlei. Parabéns pelas viagens e pelo Blog, muito prático e esclarecedor. Eu e minha esposa também temos uma rotina parecida, estamos sempre preparando a próxima viagem. Apesar da idade, 56 e 51, preferimos viajar sempre de mochilas e de trem. Já viajamos para vários lugares que voces também foram e quase na mesma época. No momento estou lendo o seu Blog da Escandinávia que será nossa viagem de Maio 2013. Se voce quiser recordar alguns dos lugares que viajou assista nossos filmes no Youtube procurando por Tiozinhos Mochileiros, ou no nosso site www.tiozinhosmochileiros.com.br - Grande abraço - Vida longa !

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