sexta-feira, 5 de setembro de 2014

De Mercedes de Kutna Hora a Karlovy Vary

Seguidores e Seguidoras,

Hoje a postagem  será inaugurada com ótima carne argentina e terminará com um típico jantar francês. O restaurante La Casa Argentina, da rua Dlouhá 35/730, de Praga, na noite de ontem nos brindou com uma típica carne argentina, inclusive empanadas. O blogueiro foi de bife de chouriço e a blogueira de ojo de bife ancho, ambos acompanhados com um cabernt sauvignon de Mendoça.  Um restaurante que você não dá nada quando o vê, parecendo um cabaré mas, ao entrar por um longo labirinto e lá você está num típico restaurante argentino. Não desista pela primeira olhada.
Hoje pela manhã, check out feito, fomos para o aeroporto pegar na Hertz, o nosso companheiro de viagem. Felizmente nos coube uma pequena van da Mercedes Benz, B180, preta, do tamanho perfeito para nós e nossas malas. Ambientados no possante com o preto a brilhar no sol e céu azul, fomos 106 kms rumo ao leste da Rep. Tcheca,  em direção à Eslováquia, para conhecer Kutna Hora, cidade muito recomendada nas nossas pesquisas para a viagem. E ela não nos decepcionou, mesmo porque é patrimônio mundial da humanidade, junto com seus monumentos históricos.
Uma pequena comunidade de mineiros deu origem à cidade de Kutna Hora na segunda metade do século 13. Quando abundantes reservas de prata foram  descobertas, o rei passou a licenciar as minas, e ela se tornou a segunda cidade mais importante da Boêmia. Durante o século 14, a cada ano, eram extraídas de cinco a seis toneladas de prata pura, transformando o rei no monarca mais rico da Europa Central. A groschen de  Praga moeda  de prata que circulou em toda a Europa, era cunhada no Palácio Italiano, assim chamado porque foram contratados especialistas de Florença para instalar a casa da moeda. Bastante fortificada, era também abrigo do rei quando ele visitava a cidade.
No final do século 14, foi erguido um palácio com salas de audiência e a Capela São Venceslau e São Ladislau, sob a qual ficava o tesouro real. No século 16, as minas foram se esgotando e a cidade perdeu destaque. A Casa da Moeda foi fechada em 1727. Anos depois, o Palácio Italiano tornou-se sede do governo local.  No andar térreo do edifício pode-se ver uma série de forjas. Desde 1947 há um museu de mineração em outro prédio antigo, o Hradek. A visita incluiu um passeio de 45 minutos por uma mina medieval.
A sudoeste da cidade está a igreja de Santa Bárbara, Patrimônio da Humanidade,  iniciada  em 1380 pela oficina de Peter Parler, arquiteto da Catedral de San Vito. O presbitério, de 1499, exibe uma magnífica abóboda e janelas com rendilhados rebuscados, sendo destaques os seus lindos vitrais.
Após apreciar o lindo casario do centro da cidade, muito bem cuidado, e visitar as atrações antes descritas, saímos para a periferia da cidade para o mais inusitado. A Catedral de Ossos, ou Ossuário de Sedlec. Quando a família Schwarzenberg comprou o mosteiro de Sedlec em 1870, eles deram a um trabalhador local liberdade criativa com os ossos empilhados na cripta por séculos. Mas não era um pilha qualquer de ossos, e sim os restos mortais  de nada menos que 40 mil pessoas. O resultado foi extraordinário.
Guirlandas de crânios e fêmures pendem do teto abobodado como uma decoração de natal da Família Adams, enquanto no centro há um enorme lustre que inclui ao menos um de cada osso encontrado no corpo humano. Os cantos da capela são ocupados  por quatro pirâmides gigantes de ossos, e cruzes, cálices, relicários de ossos adornam o altar. Há até mesmo um brasão dos Schwarzenberg feito de ossos. Um lugar diferente, inusitado e imperdível para quem passar por aqui. Ali próximo, outra catedral tombada pela Unesco, vale ser visitada.
De Kutna Hora saímos mais tarde do que havíamos planejado, tantas coisas havia para se ver. Na estrada, nas proximidades de Praga, tudo engarrafado. Em função disso, o Castelo de Karlstein terminou seu horário de visitas às 16 horas motivo pelo qual resolvemos seguir adiante até a magnífica cidade de Karlovy Vary, fonte de águas termais e que visitamos ligeiramente hoje e nos aprofundaremos amanhã. O lugar é impressionante e a estrutura turística e hoteleiro é de cair o queixo. Hoje só daremos uma palhinha com algumas fotos.
A paisagem das regiões que visitamos até aqui é semelhante à da Europa Ocidental, com muita agricultura, salvo aqui em Karlovy Vary, uma região montanhosa e acidentada.
Como é baixa estação aqui na cidade, conseguimos um ótimo cinco estrelas, de frente para o rio canalizado e todo o calçadão nas suas margens, por um ótimo preço. O Pupp Hotel. À noite,  um típico jantar francês no restaurante do hotel, com entrada, mais sopa de truta e um peixe grelhado numa cama de mushrooms, tudo acompanhado de um branco blend da Alsácia.
Amanhã conheceremos melhor a cidade e seguiremos em frente porque muitas cidades belas e pitorescas desse país que está se mostrando muito progressistas e lindo. Contaremos tudo aqui. Até. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.
A fonte medieval e nas fotos seguintes todo o lindo casario de Kutna Hora









A Catedral de Santa Bárbara, em Kutna Hora- Unesco



Um mosteiro próximo da Catedral

Vista de Kutna Hora, desde o mosteiro

A Catedral dos Ossos





Mais uma catedral gótica tombada pela Unesco em Kutna Hora

Esta e as próximas fotos são um aperitivo de Karlovy Vary, aqui ao anoitecer



  

Um comentário:

  1. Acompanhando de perto. As fotos, como sempre, estão ótimas e dão boa noção dos belos locais.
    Boa continuação de viagem.
    Beijos

    ResponderExcluir