domingo, 27 de abril de 2014

O COMPLEXO DE ANGKOR VAT, DE TIRAR O FÔLEGO

Seguidores e Seguidoras,

Liberdade de expressão. Como é bom. Aqui estamos de volta para dar dicas a quem gosta de viajar, sobre as coisas interessantes e as nem tanto, que vimos por esse mundão sem fim.
Segundo a escritora Margaret Mead, antropologista americana conhecida por seu livro "Coming of Age in Samoa" "O viajante que deixa seu lar é mais sábio do que aquele que nunca se aventura para além de casa, pois o conhecimento de uma outra cultura aperfeiçoa nossa habilidade com maior perspicácia, e apreciar, a nossa própria."
Com esse espírito ontem à noite, vindos de Shanghai na China, chegamos em Siem Reap, a capital turística do Camboja. Para nossa surpresa, nem colocamos o pé dentro do aeroporto e antes mesmo do processo de visto e imigração havia um senhor uniformizado com o nosso nome. Não sabia falar inglês. Pensamos que era o motorista da empresa de turismo que nos atenderia aqui. Pediu nossos passaportes e documentos que havíamos preenchido dentro do avião, além do visto já feito no Brasil, nos fez passar sem entrar em fila e indicou era para irmos pegar as malas. Surpreendidos e constrangidos vimos que dito cidadão era agente da imigração, que fez todo o procedimento de entrada sem a nossa presença e nos devolveu os passaportes e voltou para o seu trabalho. Nunca havíamos visto nada igual. Deve ter sido coisa da agência de turismo daqui. Coisa de País subdesenvolvido.
Já na saído avião levamos um choque com a temperatura. Havíamos saído de Shanghai com chuva e frio próximo dos 10 graus e chegamos aqui acima de 30 graus e assim tendo sido todo o tempo em que estamos aqui. Um forno.
O Raffles Grand Hotel D'Angkor, onde nos encontramos, é um cinco estrelas tido como o melhor daqui, não só pelos locais como pelo livro "Mil e uma coisas que você deve fazer antes de Morrer". Boa noite de sono, ótimo café da manhã e já estávamos prontos para  as grandes emoções que o dia nos havia reservado.
Com o guia Ra, carro e motorista, partimos para o grande complexo de Angkor Vat, o Patrimônio da Humanidade e maravilha desde pobre País Camboja. No início do século 9 os dois Estados que cobriam o território do Camboja moderno foram unidos por Jayavarman II, que lançou as bases do Império Khmer, que era a grande potência do sudeste da Ásia por quase cinco séculos. Um dos locais onde a sua corte residiu durante alguns anos foi no centro do Camboja, ao norte de Tonle Sap(grande lago), onde meio século depois, o filho de Jayavarman, Yashovarman, foi estabelecer a capital permanente do Império Khmer até o século 15. Mais tarde o nome de Angkor, do nagara em sânscrito, cidade ou capital.
Com a queda do Império do Khmer, no século XV, a grande capital que chegou a ter um milhão de habitantes quando Londres tinha apenas cinquenta mil, foi abandonada e tomada pela densa vegetação e enormes árvores desta região úmida e quente. Só no final do século 19, com a colonização da região pelos franceses, foi redescoberta e restaurada. Os palácios residenciais e residências comuns, feitos de madeira, desapareceram. Só restaram os grandes templos e muros, feitos de pedra e os lagos que os circundam.
Começamos pelo mais famoso, o maior templo budista do mundo, o templo de Angkor Vat. Foi construído pelo rei Suryavarman II (1113-1150) para dedicar ao  Deus 'Vishnu'. O maior monumento do complexo de Angkor e o mais bem preservado, é uma obra prima arquitetônica. É a perfeição na composição, equilíbrio, proporção, relevo e esculturas e fazem dele um dos mais belos monumentos do mundo.
Já o havíamos visto muito em documentários de TV e revistas de turismo. Vê-lo ao vivo é emocionante e impactante, especialmente pelas suas cinco torres que despontam desde longe. Gastamos horas andando pelo complexo onde está localizado, cercado por grandes lagos e pelos seus muros de pedra já negras, subimos até o terceiro estágio, não sem antes passar pelo primeiro onde enormes painéis em baixo relevo cobrem as paredes dos grandes corredores, com cenas lembrando o céu e o inferno, este com todas as formas mais grotescas e horríveis de punição dos pecados da época, especialmente a infidelidade. Esperamos que as fotos retratem um mínimo das emoções que sentimos.
Extasiados dali saímos e fomos surpreendidos com o templo de Ta Prohm, de alguns conhecidos do filme Tomb Raides, com Angelina Joly. É realmente de perder o fôlego. Indescritível. Gigantescas árvores, com enormes raízes à mostra, abraçaram o tempo construído pelo rei Jayavarman VII (1181-1218) em homenagem à sua família. As imagens são impressionantes, mostrando a tremenda força da natureza literalmente dando um abraço quase de morte sobre o templo. Restaurado o templo mas com a preservação das árvores invasores, restou um dos mais belos espetáculos da briga da natureza com a intervenção humana. Um lugar imperdível.
Por fim, fomos visitar o que restou da capital de Angkor,  onde residiram, como dito, no seu auge, cerca de um milhão de habitantes. Restaram os seus muros entalhados com diversos motivos, especialmente elefantes e diversas estátuas, metade gente, metade animal, o terraço dos leprosos, construído por um dos reis acometido da doença, o templo de Baphuon, com sua multidão de pedras  sereno e maciça enfrentando muitas torres que se projetam para fora a partir do terraço superior e aglomerado em torno do seu pico central. O templo é também conhecido por seus impressionantes  baixos relevos com histórias e cenas mundanas.
Ali próximo, o mais belo dos templos desse complexo, o imponente templo Bayon que, ao contrário do Angkor Vat, que nasceu para celebrar a fé hinduísta, foi erguido como santuário budista. As linhas clássicas são substituídas por uma arquitetura que no Ocidente seria chamada de barroca. As características mais óbvias são as 216 máscaras gigantescas, impressionantes, bem parecidas às 16 que vimos nos portões de entrada e que ornam o templo, incluindo 49 torres, cada uma representando uma província do reino, proporcionais ao tamanho de cada uma. Hoje só restam 36 delas. Muitas dessas imagens se parecem com o rei Jayavarman VII, que se considerava uma divindade. Esperamos que as fotos possam dar um ideia dessa magnífica obra que fechou com chave de ouro esse marcante dia para nós.
Chegamos no hotel no meio da tarde. A bela piscina, com todas as mordomias possíveis, nos chamava. Roupa de banho e roupão lá fomos nós. Gastamos o resto da tarde curtindo o sol, o calor, umas geladas e recordando as belas e impressionantes coisas que havíamos visto durante o dia.
Amanhã uma cidade de arenito rosa, um museu de minas e uma viagem de barco pelo mar interior do Camboja, suas palafitas que remontam anos, tendo até viagem de carro de boi. Quem gosta de aventura não perde por esperar. Até. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.

Lago que cerca o complexo de Angkor

Jardim do nosso hotel em Siem Reap, Camboja

Esta e as próximas fotos são do templo budista de Angkor Vat





Baixo relevo nos corredores de Angkor Vat




Entrada leste de Angkor Vat




Piscinas, que há em número de 4, para água sagrada em Angkor Vat








Esta e as próximas são do templo Ta Prohm, onde as árvores tomaram o templo



















Aqui, entre as torres, havia uma corda onde equilibristas divertiam o rei em Angkor Thom, a sede do governo

Esta e as próximas, são de Angkor Thom

Esta, do templo de Baphuom




Esta e as próximas são do magnífico templo budista de Bayon e suas faces






Esta e as próximas são das esculturas de uma das entradas para o Angkor Thom






O blogueiro, curtindo a piscina do Hotel

2 comentários:

  1. Oi tio e Dirlei, muito bom vê-los de volta!
    Fotos impressionantes de lugares impressionantes ... aguardarei as notícias da China quando voltarem.
    Beijos!

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  2. Queridos amigos
    Belas e impressionantes fotos, principalmente das árvores (seriam figueiras?) tomando os prédios em ruína.
    Abraço, do Zucco

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