domingo, 6 de abril de 2014

KYOTO, ESPETACULAR - CEREJEIRAS E SÍTIOS MAGNÍFICOS

SEGUIDORES E SEGUIDORAS,

Se você puder visitar somente uma cidade no Japão não tenha dúvidas, venha para Kyoto. Primeiro porque a florada das cerejeiras aqui é inigualável. Tanto que a cidade está lotada de turistas. Segundo, porque as atrações turísticas daqui são espetaculares. Uma impressiona mais que a outra. A cidade é feia, mas seus sítios turísticos são de tirar o fôlego como poderão ver nas fotografias que publicaremos. A propósito, faremos uma só postagem sore os dois dias em Kyoto porque o jet leg ainda está fazendo efeito e no final da tarde já não conseguimos mais aguentar de tanto sono. É só tomar banho, jantar e cama. Aos poucos, porém, as coisas vão voltando ao normal.

Ontem foi dia de mudança de Tóquio para Kyoto em trem bala japonês. A pontualidade da partida e da chegada foram impressionantes. Nem um segundo a mais nem um a menos. Ainda temos muito caminho pela frente no Brasil da corrupção do PT para chegar nesse nível. A viagem, na executiva com muito conforto, nos deu a oportunidade de rever o Monte Fugi, agora a 360km/h. Menos tímido, nos deixou ver o seu cume nevado e seu exuberante perfil de outro ângulo.
As cidades pelo caminho, muitas grandes mas com casas de 2 andares com teto preto ou cinza escuro e prédios baixos. Cidades horizontais. Muita plantação de arroz nas vastas planícies e chá nas encostas. Chegados em Kyoto por volta das 11 horas, deixamos as malas no Hotel Granvia Kyoto, que está no complexo da estação ferroviária e fomos conhecer  a cidade. Primeiro o complexo onde está o hotel, um projeto ultramoderno do arquiteto japonês Hiroshi Hara e que ocupa uma grande área da cidade, com estacionamentos, shoppings, restaurantes, cinemas e todo o tipo de entretenimento.
Ontem estava quase impossível transitar na rua por causa dos turistas de toda a Ásia,  que vêm aqui para ver a melhor florada das cerejeiras do Japão, fato depois confirmado por nós. É indescritível o espetáculo.
Com guia e motorista apostos, fomos visitar o Templo Toji. Embora este templo não tenha a exuberância de muitos outros templos de Kyoto que visitamos posteriormente, ele impressiona por sua importância histórica. Seus Budas têm observado com cuidado a cidade desde que Kukai fundou o templo em 794. Os fundamentos religiosos da cidade surgiram ali e ecos de antigos rituais rituais parecem transpirar pelas paredes do templo e de suas antigas e grandes esculturas do Buda ali presente.
Kukai transformou Toji na sede do budismo Shingon. Os rituais esotéricos da seita dependiam muito das mandalas e, no salão de palestras 21 estátuas magníficas formam uma mandala em três dimensões, no centro da qual está Dainichi Nyorai, o Buda cósmico que difundiu os pensamentos esotéricos. Com cerca de 1200 anos, essas estátuas  de grande importância, são feitas a partir de um único bloco de madeira. Yakushi Nyorai, o Buda da cura e seus auxiliares, Gakko e Nikko estão em um santuário no salão principal construído em 796. A estrutura atual data de 1603 e é considerada uma obra de arte.  Pena que não era permitido fotografar no interior do templo. As Esculturas são magníficas.
O que mais impressiona, todavia, é um enorme pagode de madeira preta que está próximo dos templos antes mencionados. Reconstruído em 1644, o belíssimo pagode de cinco andares, abriga imagens de quatro budas e seus seguidores. Com 57 metros, é a estrutura de madeira mais alta do Japão e símbolo da cidade de Kyoto. Belíssimo e de visita obrigatória, mormente agora que está rodeado de cerejeiras floridas.

Dali fomos visitar o maior e mais importante Templo Zen Budista do Japão, o Tofukuji. Foi fundado em 1236 a pedido do poderoso clã Fujiwara. Seu nome é uma combinação dos nomes de dois grandes templos Nara, que também eram associados a Fujiwara, templo Todaji e Kofukuji. Aqui dá para compreender quando dizemos que alguém está zen. O lugar invoca paz, concentração, tranquilidade, paciência. Os seus várias jardins que mostraremos nas fotos, as suas pontes, seus portais, tudo invoca esse sentimentos. Valeria a pena vir a Kyoto só por esse templo. Uma delícia. A vontade era ficar lá, sentado diante um dos seus jardins internos que são renovados pelos monges a cada semana, curtindo uma paz interna indescritível.

De lá, após um chocolate quente porque o frio apertou, fomos para o Santuário Fushimi Inari, dedicado a Inari, divindade do arroz e do saquê. Lá o que impressiona são as cores com predomínio do laranja gritante dos seus templos e os milhares, sim, milhares de Tori Gates, sucessão de portais típicos conforme mostrarão as fotos, erguidos para pagar promessas de sucesso alcançadas por empresários, que pagam verdadeiras fortunas para ter um com seu nome. A doação vais de cerca de 18 mil dólares a quase 200. Esperamos que as fotos sejam fiéis. Mais uma visita imperdível.

Por fim, fomos conhecer a parte velha e histórica da cidade, especialmente o incrível bairro Gion. Vistoso e sublime, Gion é o bairro das gueixas, onde os homens de dinheiro da cidade vêm para desfrutar de espetáculo de canto, dança, música, teatro e, especialmente, da conversação com as preparadas gueixas e suas aspirantes. Hoje a maiorias das casas antigas ali existentes, foram transformadas em lojas e restaurantes. Resistem porém, as casas onde vivem as gueixas, uma tradição oficial da cidade, e as aspirantes que se isolam da família para perpetuar a tradição. Um lugar incrível e que transpira história e o Japão antigo. Aliás, como em todo país que visitamos, a sua alma está no interior, como aqui, e nunca nas capitais cosmopolitas e globalizadas.

Na janta um risoto de frutos do mar no Le Fleur, um dos três restaurantes do hotel, que não foi nada de excepcional, mesmo acompanhado de um bom Sauvignon Blanc.

Hoje pela manhã, depois de um café da manhã bom mas meio bagunçado do Hotel Granvia, fomos completar nossa visita às belezas marcantes desta cidade incrível.

Começamos o dia, muito frio, com cerca de 10 graus e que alternou pancadas de chuva e céu azul, por uma visita ao Bairro de Arashhyama. Qualquer que seja a estação, o local sempre oferece algo que agrada aos olhos e é uma região muito querida pelos japoneses. Oferece uma beleza natural incrível, especialmente agora com as cerejeiras em flor. Aliás, quem quer ver cerejeiras em profusão, levando você para o paraíso, é só vir para cá. Tem centenas de locais floridos mais do que Tóquio. Ruas e parques inteiros, jardins, beira de rios, tudo de encher o coração de puro encantamento.

No centro do bairro  localiza-se a Togetsukyo, a ponte da travessia lunar. Logo após, encostas de montanhas ocupadas por denso arvoredo de cerejeiras e pinheiros que descem até o rio, em cujas cercanias está um enorme parque, ocupados por cerejeiras floridas e onde, neste final de semana, último dia das floradas, as pessoas se reúnem para celebrar. Esperamos que as fotos exprimam o que vimos. Vale a pena caminhar por aquela bela e cênica região.

De lá fomos para estonteante Kinkaku-Ji: O Pavilhão Dourado. É um legado medieval do Japão, mais conhecido como Pavilhão Dourado. Foi construído pelo terceiro Xogum Ashikaga, Yoshimitsu, que aos 37 anos abriu mão de seus deveres oficiais para dedicar-se ao sacerdócio. O templo passou a ser seu abrigo. Nos aproximamos do local por um caminho arborizado, que conduz ao jardim e ao lago onde está situado o pavilhão. é de uma beleza indescritível, só superado pelo templo dourado do Punjab, na Índia. A estrutura de três  andares é totalmente folheada a ouro e encimada por uma fênix de bronze. O lago onde está localizado é também de uma beleza ímpar, como vocês verão das fotos. Dali se parte para um jardim localizado numa encosta que parte do lago. Um sonho de lugar, e uma visita imperdível, sem sombras de dúvida.

No caminho fomos visitar a floresta de Bambu, a qual se mostro muito interessante.

Por fim, fomos visitar o mais importantes castelo da cidade e um dos mais importantes do Japão, o Nijo. Como poucas das fortificações importantes do Japão, Nijo é conhecido pelos seus interiores ornados, seus portais ricamente decorados e os pisos de rouxinol. Estes foram projetados para que, quando alguém os pisasse, reproduzissem o som  do pássaro, avisando sobre possíveis intrusos. O castelo foi criado pelo  xogum Tokugawa Ieyasu entre 1543 e 1616 como símbolo de poder e riqueza do recém-instalado xogunato em Edo. O Neto de Ieyasu, Iemitsu, encomendou aos melhores pintores da Escola Kano, para uma visita imperial, os salões de recepção. Os seus salões bem preservados como na época, inclusive com esculturas representando situações do dia a dia do castelo dão uma real noção da vida daquela época gloriosa do Japão e seus xoguns. Seus jardins também são espetaculares, conforme verão das fotos.

Enfim, Kyoto foi uma grata surpresa e não temos dúvida em afirmar que é a cidade do Japão que mais merece ser visitada. Seus sítios turísticos e históricos são puro encantamento, um mais interessante e lindo que o outro. Saímos daqui com a certeza de que fizemos uma ótima escolha de lugar para visitar no Japão e que nos deu uma perfeita visão do que é verdadeiramente este País fantástico.

Amanhã viajaremos para Takayma, nas montanhas, para ver bem preservado, o Japão antigo. Esperem para ver. Até. Um beijo a todos. Narcísio e Dirlei.
Esta e as seguintes são da viagem, de trem bala, de Tóquio até Kyoto, inclusive com a vista do cume do Monte Fuji
















Complexo onde se encontra o Hotel Granvia, na Estação de Kyoto

Escadaria do complexo que se transforma em auditório para shows

As esculturas modernas do local



O Templo Toji, seu pagode, suas cerejeiras e seus jardins








As cerejeiras floridas tomando conta de Kyoto






Esta e as próximas são do Templo Zen Tofukuji
































Esta e as seguintes fotos são do Templo Fushimi Inari





















Aqui o local para abençoar os carros novos

Cerejeiras em profusão pelas ruas de Kyoto









esta e as próximas são do Bairro de Gion onde as gueixas ainda têm sua sede






Esta e as próximas são do Bairro de Arashiyama









esta e as próximas são da região da floresta de bambu










Aqui a casa do poeta de Kyoto

A espessura do teto de palha em Kyoto





Nós com a guia de Kyoto


Esta e as próximas são do jardim do templo dourado










A floração das cerejeira em Kyoto


A floração e povo se divertindo sob elas











Esta as a

Esta e as próximas são do Palácio de Nijo









Um comentário:

  1. Lindos templos, escolha perfeita a de vocês e mais uma vez as maravilhosas cerejeiras...

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