quarta-feira, 5 de março de 2014

CARNAVAL NO MORADA DOS CANYONS

SEGUIDORES E SEGUIDORAS,
Como é praxe, aproveitamos os feriadões para conhecer algum lugar diferente, bonito e aprazível para descansar e, até mesmo, fazer alguma aventura. Não foi diferente neste feriado de Carnaval.

Com bastante antecedência, porque é muito concorrida, fizemos reserva na pousada Morada dos Canyons, www.moradadoscanyons.com.br na região dos canyons na divisa com o RS, no município de Praia Grande/SC. Na sexta-feira, dia 28, partimos pela BR-101 até quase a divisa com o RS, pegamos o acesso São João/Praia Grande e, cerca de 21kms depois, após passarmos por essas duas pequenas cidades, ambas de qualidade de vida invejável fundada na grande produção de arroz no Vale do Araranguá, começamos a subir a serra, no Parque Nacional dos Aparados da Serra, até chegarmos na pousada, um pouco antes do posto de fiscalização da Cidasc. Na serra, a estrada é intercalada de asfalto (nas retas) e estrada de chão(nas curvas) que está a espera de cimento para suportar o frio da região e evitar o congelamento da pista. Dizem os locais que para breve. 


A sede da pousada é bem acanhada, resumindo-se num pequeno balcão de recepção, sala para as refeições e cozinha. As obras da nova sede, todavia, já estão em andamento e pela maquete promete ser bem melhor. São oito chalés, a maioria deles para casais, sendo que algumas comportam famílias. Ficamos no Chalé 2. Quem tiver curiosidade, pode acessar o site e ver a sua configuração. 

Alguns pequenos e necessários ajustes a tornarão mais sofisticada e confortável do que já é.

A área da pousada é toda gramada, arborizada, com três pequenos lagos e um deck de onde se tem uma visão ampla das plantações de arroz no vale até o mar e a Praia de Torres, no RS. Os cavalos da Pousada, pastam nas cercanias. Um lagarto dividia o Chalé conosco, já que residia debaixo dele. À noite, o céu estrelado é um espetáculo à parte, com o silêncio quebrado apenas pelo coro das rãs no lago próximo. A área carece, todavia, de uma calçada bem iluminada para os deslocamento dos hóspedes até a sede, hoje feita numa estrada de pedras, por onde circulam os carros e muito mal iluminada.

No que se refere às refeições, comida caseira local, bem temperada. O café da manhã, com uma enorme variedade de bolos, poderia ser incrementado com mais frutas, com iogurte de melhor qualidade e, um pouco mais de frios. Para o jantar, uma melhor carta de vinhos, hoje predominantemente nacionais e um melhor serviço de mesa, tanto numa qualificação do serviço do vinho, quanto na agilidade no recolhimento do serviço já usado, nas duas refeições. Sentimos falta de um café com algum acompanhamento no fim de tarde, como já encontramos em várias pousadas e hotéis semelhantes onde já nos hospedamos. O almoço só é servido mediante reserva, ao passo que o jantar já faz parte da diária. Poucos ajustes tornarão melhor o serviço e cardápio bem adequado ao local.

Um empresa conveniada com o hotel, oferece aventuras por toda a região, que fica próxima dos canyons Fortaleza, Itaimbezinho, Malacara e outros menos conhecidos. As reservas para o dia seguinte são feitas à noite, durante o jantar. A equipe é muito simpática e solícita mais carece de um pouco mais de profissionalismo, como definir, antes de sair do hotel, as regras do passeio, especialmente a idade e condição física próprias para cada um. Na aventura que fizemos no primeiro dia, pelo Canyon Malacara, permitiram a ida de uma criança de colo cujos responsáveis tiveram que desistir na primeira cruzada de um rio pedregoso e ficarem à espera do nosso retorno quase duas horas depois. No percurso percebemos que nenhuma criança, de qualquer idade, poderia fazê-lo, diante do seu grau de dificuldade. Recomendamos essa aventura, feita às margens e por dentro do rio, com algumas cachoeiras e lagoas próprias para banho. Como havia chovido no dia anterior a água estava muito fria. A paisagem montanhosa do canyon é de tirar o fôlego. De lá saímos cansados mais com o stress no nível 0.

No segundo dia, resolvemos visitar a Praia de Torres, RS, já que rumo a Porto Alegre passamos diversas vezes próximo dela, para pegar a Estrada do Mar e nunca entramos. Era domingo, muito movimento, nenhum lugar para estacionar, sol muito quente e a calçada da praia sem qualquer árvore, praia com uma parte toda gramada e outra mais larga, mar agitado, totalmente tomada pelos guarda-sol. Na cidade não encontramos nenhum calçadão, típico das cidades da serra gaúcha, onde se pudesse caminhar e curtir a cidade. Pelo menos, por onde circulamos nada localizamos nesse sentido. Uma breve volta de carro, inclusive nas margens do Rio Mampituba, retornamos para a tranquilidade da serra. À tarde fomos tomar um café colonial, que fica na estrada que leva ao hotel, um pouco mais para baixo. Ali também uma comida bem caseira, simples, mas bem feita e gostosa. Não inclui sucos, que têm que ser encomendados à parte. Custa só R$ 12,00 por pessoa. Achamos que poderiam cobrar um pouco mais e torná-lo um pouco melhor, com mais variedades, já que o poder aquisitivo do público que acorre àquela região turística isso comportaria. Nas duas vezes que estivemos lá estava sempre cheio.

No terceiro dia, como o tempo estava fechado, reservamos a manhã para descanso e leitura. No período da tarde os guias nos sugeriram uma caminhada, no alto da serra pelo Canyon dos Índios Coroados. A neblina, todavia, nos fez desistir depois de pouco tempo de caminhada já que não se conseguia enxergar um palmo adiante do nariz. Achamos que os guias poderiam ter previsto isso pelas condições do tempo. Pastéis de banana, carne e queijo com suco, junto com nosso guia, um gaúcho bem falador, o Leandro, no café colonial, encerraram as atividades do dia.

Os jantares foram acompanhados de um muito bom Cabernet Sauvignon Casillero del Diablo, um Syrat muito bom do Latitud 33 e um não muito bom Cabernet Sauvignon do mesmo Latitut 33, de Mendoza, todos safra 2011.

Tivemos muita sorte com o trânsito já que não pegamos nenhum engarrafamento saindo de Florianópolis na sexta-feira por volta das 9,30h e na terça-feira, saindo da pousada por volta das 10,00h.

De contatos pessoais, lá encontramos nosso amigo o Desembargador Carlos Adilson e sua esposa, uma grande família e amigos lá de Pinheiro Preto e Tangará, no meio oeste, gente de Curitiba mas, acima de tudo, o povo local representado pela poetisa Dona Zilma da Rocha Rosa que, enquanto almoçávamos no tradicional Nossa Casa, na estrada para o Canyon Malacara, declamou, apesar da saúde precária aos seus 76 anos, uma longa poesia de um diálogo entre todos os animais e pássaros da região acerca de suas preocupações com a destruição do meio ambiente. Uma aula de vida e da rica cultura escondida pelos grotões do Brasil. Pena que seu livro Do Fundo da Alma já está esgotado e espera reedição, senão o teríamos trazido. Essas ocasiões são os bônus que trazemos de cada viagem. Para vocês, uma passagem do seu livro:

FELICIDADE
“Se você não é feliz faça uma programação diferente quem sabe no fim de semana tente e invente
Imite os cânticos dos pássaros, felicidade é essa, bata palma, prossiga 
sua vida em festa
a natureza canta, o vento é um belo cantor, goste de ouvir o seu toque 
nas árvores.
Amigo, se algo lhe entristeceu não fique decepcionado, depois que a 
poeira abaixa o sol volta novamente a brilhar
Faça uma programação bem diferente que tal!
Abrace o seu gatinho, seu cachorrinho seu amigo bem legal
Desposa-se do eu, felicidade é essa, contenta-se com a natureza que 
sempre esta em festa
Cante, cante para o senhor, isso é gratificante engrandece o seu amor
Convide seus amigos para participar dessa oferta junto aos passarinhos 
que sempre estão em festa”.
(a natureza sabe provar melhor a vida).

A beleza do lugar é ímpar e as opções de pousadas e aventuras a cavalo, rapel de todos os níveis, canyons por cima e pelo interior do seus vales, alguns com caminhada radical de dia inteiro, tudo recomenda uma visita a este local ainda rústico e de natureza bem preservada.

Em breve voltaremos aqui para apresentar uma grande e radical aventura pela Ásia. Enquanto isso, curtam as fotos do Morada dos Canyons e região. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.


Lagarto que dividia nosso chalé. Morava debaixo dele. 

A Poetisa, Dona Zilma da Rocha Rosa 

Os blogueiros e a turma de Tangará e Pinheiro Preto na aventura pelo Canyon Malacara 

A blogueira descansando na metade da jornada pelo Malacara 

Pequena cachoeira no rio que esculpiu o Malacara 







Esta e as próximas fotos são das paisagens do Canyon Malacara 

Os aventureiros reunidos 





Uma perereca dormindo na folhagem do vale do Malacara 











Esta e as próximas são as paisagens dos canyons vistas desde a Pousada Morada dos Canyons 



Visão do nosso Chalé 





Um dos lagos do terreno da Pousada 



Mais paisagens do terreno da Morada dos Canyons 

O galo dos ventos, no deck da Pousada 

Visão da praia de Torres desde a Pousada 

A cidade de Praia Grande e as arrozeiras do Vale do Araranguá

Um comentário:

  1. Caríssimos Narcisio e Dirlei,
    As paisagens dessa região são mesmo lindas. O contato com a natureza e um pouco de adrenalina anulam qualquer estresse. Por isso, imagino quanto vocês aproveitaram. As fotos estão maravilhosas, como sempre.
    Adoramos mais uma vez saber da viagem e seus detalhes.
    Beijo,
    Heloisa e Paulo

    ResponderExcluir