segunda-feira, 4 de março de 2013

OS TEMPLOS DE ELLORA - AURANGABAD

Seguidores e Seguidoras,


Ontem foi noite de jantar comida típica indiana, mais uma vez acompanhado de música típica e dança. A comida, todavia, apesar de saborosa, estava prá lá de apimentada. O que amenizou foi o delicioso pão indiano, feito na hora e quentinho, do qual abusamos porque é de dar água na boca.

Hoje pela manhã, acordamos cedo e depois do nada extraordinário café da manhã do Taj Residency, o carro, com guia e motorista veio nos pegar para um extraordinário programa. Visitar os templos nas cavernas de Allora. O local fica  apenas a uma hora de carro aqui da cidade. No caminho ficamos impressionados com o número de ruínas de portais e muros da cidade e de dois castelos enormes, todos sem conservação e caindo aos pedaços. Perguntamos ao guia por que não restauravam. A resposta foi que já tinham os dois sítios que visitamos e que isso bastava para a cidade. Emendou que o país tem coisas mais importantes para fazer do que restaurar sítios turísticos. Uma pena. Vamos, todavia, ao que interessa.

As 34 cavernas de Ellora, lavradas em uma escarpa de 2 km de comprimento, estão entre os exemplos mais fantásticos de arquitetura indiana talhada em rocha. O surgimento e o crescimento da importância de Ellora coincidiu com a decadência do budismo e com uma revitalização do hinduísmo, nas dinastia Chalukya e Rashtrakuta (séculos 7° e 8°). Ellora ficava em uma importante rota de comércio entre Ujjain, em Madhya Pradesh, e a costa oeste. Foram os lucros desses rico comércio  que financiaram os 500 anos de escavações em Ellora, já que as cavernas mais antigas de Ajanta, que visitamos ontem, começarama ficar abandonadas.

As cavernas de Ellora se dividem em três grupos - budista, hinduísta e jainista - foram numeradas a partir da extremidade sul. As cavernas budistas de 1 a 12, datam do período Chalukia, entre os séculos 7° e 8º. As noves primeiras são variações  de vibaras, ou mosteiros, e estão cheias de imagens de buda e cenas da mitologia budista. A mais admirável é a caverna 10, ou Vishwakama, nome do carpinteiro celestial. Trata-se de incrível chaitya, dominado pela figura da Pregação de Buda entalhada em frente  a uma stupa votiva, sob um entalhe no teto. Outras cavernas importantes são a caverna 11, de dois andares, e a caverna 12, de três andares. O salão superior da caverna 12 tem grandes bodhisattvas entalhados nas paredes, e sete imagens de buda flanqueiam a entradada antecâmara. 

O que mais se destaca no grupo de cavernas em Ellora é o magnífico Templo Kailasanatha(caverna 16), declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. É realmente, uma das coisas mais interessantes que já temos visto na nossa vida de viajantes. Encomendado por Krishna I, rei da dinastia Rashtrakuta, no século 8º, este complexo gigantesco ocupa uma área de 81m por 47 m, e foi cavado diretamente em um grande rochedo. Para modelarem  85.000m³ de pedra, os escultores começaram no alto do rochedo e foram descendo. O resultado foi esta maravilha de obra humana, embelezada com enormes painéis esculturais, que representa  o Monte Kailasa, a morada sagrada de Shiva. Valem ser destacados, dois grandes obeliscos, pilares monolíticos com 17 metros de altura  e frisos entalhados com lótus e guirlandas e que ladeiam o primeiro pavilhão, o Nandi Pavilion. Esta impactante obra é tão impressionante, mormente considerada a forma com que foi esculpida, que só visitando-a se tem a noção da sua importância na história e arquitetura mundiais. Imperdível sob todos os aspectos.

As cavernas Hindus (de 13 a 29) foram elaboradas entre os séculos 7° e 9°, e representavam o auge de Ellora. A caverna 14, ou Ravana Ki Khai, contém esculturas de divindades do panteão hindu, como Durga matando o búfalo-demônio, e Vishnu como Varaha, com cabeça de javali. A caverna 15, ou Dashavatara, também possui belas esculturas. A caverna 21, ou Rameshvara e a caverna 29, ou Dhumar Lena, são igualmente notáveis. Como dito, só vendo para ter a perfeita dimensão doque estamos descrevendo. As fotos, pensamos, poderão dar uma vaga ideia. 

As cavernas Jainistas (de 30 a 34) datam da última etapa de Ellora, no século 9º, e são mais simples que as hindus. A caverna 32, ou Indra Sabha, é a melhor do grupo. Santuário monolítico, possui esculturas de elefantes, leões e deuses indianos nas paredes do pátio. A caverna 30, ou Chhota Kailasa, é um réplica incompleta do templo Kailasanatha, que há pouco descrevemos em detalhes, e de Mahavira, em trono de leão.

Outro lugar ímpar que visitamos, fazendo valer muito a pena ter vindo até esta região da Índia. De lambuja, conhecemos seu povo, seus costumes, suas crenças políticas e religiosas, mas isso será assunto para o resumo final.

No final da tarde pegamos um voo que foi até Daipur, mais no interior e depois viemos para Mumbai onde estamos, no maravilhoso Hilton. Como usamos pela primeira vez o cartão Hilton Honnor, que ganhamos na Inglaterra, a recepção foi diferente. Não nos deixaram entrar na fila e disseram que o check in seria no apartamento. Com scanner de mão, copiaram os documentos, pediram o cartão de visita do blogueiro, e tudo estava pronto. Chic, não acham?

Amanhã voaremos mais para o norte, para a cidade de Bhavnagar, onde veremos coisas interessantíssimas e começaremos um percurso só de carro que durará até o dia vinte. Neste período, coisas inusitadas e sem precedentes nos esperam. Aguardem. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.


Castelo em ruínas, abandonado no caminho para Ellora

Primeira visão, ao longe, do templo hinduísta, esculpido na rocha

Aqui uma visão geral dos templos e aposentos Budistas

Idem

A blogueira e o guia, na entrada de um templo budista encravado na rocha

Refeitório budista, donde se vê onde a comida era colocada, com os monges sentados no chão

Buda em posição diferente, pernas apoiadas no chão, ao invés da posição de lótus

Ainda os templos budistas em Ellora

Fachado das dependências budistas, as primeiras feitas no local

Interior de um templo budista, com sua imagem ao fundo, esculpido no interior do rochedo

Buda

O espetacular Templo Hindu, Kailasanatha, esculpido num rochedo de cima para baixo

Um dos obeliscos esculpido no templo Hindu, para bandeira e anúncios

O deus Hindu, Shiva, sendo banhado pelos elefantes

Os blogueiros sob leões que carregavam o templo hindu nas costas

Um magnífica visão do templo e dos aposentos hindus, encravados na rocha

visão d templo Hindu esculpido na rocha de cima para baixo

Obelisco e elefante, no templo budista

Luta de Shiva, o deus hindu, lutando com um monstro de vários braços

Portal de entrada do templo jainista

Réplica dos obeliscos do templo hindu, no templo jainista, também esculpido na rocha

Visão do pátio em frente ao templo jainista, onde o povo se reunião para ouvir cânticos e orações jainistas

Visão do templo jainista

os blogueiros, no templo Jainista

visão da entrada de três grandes salões de oração e repouso, no templo Jainista

Os blogueiros, no templo jainista

Mahavira, o Deus jainista

A deusa da fertilidade, guardiã do templo jainista

Visão do templo Jainista

Um dos três grandes salões do templo jainista

Mahavira gordo, significando riqueza

Linda flor de Lótus, no teto de templo Jainista

Visão geral da flor de lótus

Mahavira

Visão de um dos salões do templo jainista

Outro salão no interior da rocha, do templo jainista

Visão típica do centro da cidade de Aurangabad

As próximas fotos são do Hotel onde ficamos em Aurangabad, o Taj Residency


2 comentários:

  1. Caros Dirlei e Narcisio.
    É uma viagem com muitas informações concentradas e diferente de tudo que vocês já fizeram. Acompanhamos com muito interesse.
    Para não perder a oportunidade, furando fila com grande elegância!?!?!?!
    Beijos.
    Paulo e Heloisa

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  2. Quanta riqueza artística e cultural, lugar impressionante.

    Abraços

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