domingo, 10 de março de 2013

Muralhas, templo e Jodpur

Seguidores e Seguidoras,


Quando chegamos no Umaid Bhavan Palace, em Jodpur, residência do Marajá da cidade e hotel  5 estrelas, da rede  Taj, fomos recebidos por quatro homens, de turbante e vestidos de marajás, segurando um dossel vermelho. Parecia que havíamos entrado num conto das mil e uma noites. Era porém, o fim de um dia cheio.

Saímos de barco, nove da manhã, do Taj Lake Palace, em Udaipur,  para entrar fundo na vida rural da Índia, em direção às muralhas de Kumbhalgarh, nas fronteiras dos dois marajanatos, um com a capital em Udaipur e outro em Jodpur, para onde nos dirigíamos. Região montanhosa, pequenas vilas no caminho tortuoso, aqui um camelo montado, lá um elefante pintado esperando os clientes de um resort para o passeio. Na beira da estrada, homens com trajes típicos, os agricultores, com turbante branco, os comerciantes, com turbante vermelho e assim, uma sucessão de cores fortes, trajes típicos, mulheres todas vestindo cores fortíssimas. No meio da montanha seca, oásis de verde trigo, aveia, mostarda, fruto da água que brota do fundo da terra, trazida por uma junta de bois andando em círculo e, com pequenos baldes numa correia, vão despejando água num encanamento de pedra que vai até as lavouras. As fotos mostrarão como é. 

Foi desfrutando esse ambiente rural da Índia que, de repente, demos de frente com uma enorme muralha e castelos no alto, no meio do nada. Eram as defesas do Forte de Kumbhalgarh, que nos tempos antigos suas muralhas, de 36 km, só perdiam para as da China. Como uma gigantesca cobra  marrom, as grandes defesas do  do Kumbhalgarh Fort serpenteiam ao longo do contorno acidentado das montanhas Aravali, por 36 km. este forte maciço do século 15, com localização estratégica  a 1.100 metros de altitude, na fronteira entre Marwar (Juodpur) e Mewar (Udaipur), era conhecido como "O olho de Mewar" pois possibilitava  a visão total da zona rural por kilômetros à sua volta. Construído pelo Marajá  Kumbha (reinado 1433-68), Kumbhalgarh ganhou merecida fama de ser o forte mais inexpugnável de Rajasthan. Suas defesas têm largura suficiente para seis cavaleiros lado a lado, e conta com sete portas fortificadas, dotadas de cravos assustadores. Os muros com ameias do forte englobam  a fortaleza menor de Kartagarh, diversos palácios e templos, campos, reservatórios de água e estábulos. No ponto mais alto  do forte, onde subimos sob um sol abrasador, fica Badal Mahal, um castelo do século 19, com cômodos arejados pintados de rosa, verde e turqueza, excelentes pinturas na parede com cenas de caça. Um local poderoso, fantástico, mormente por estar localizado no meio das montanhas, longe dos centros urbanos. Um descoberta impactante desta viagem.

Dali, com era caminho de Jodpur, fomos visitar o segundo mais notável templo jainista da Índia, depois dos de Palitana, que já visitamos.  Possui magnífica, rica e variada  ornamentação escultural. Feito de mármore branco, extraído de markana, que também forneceu o mármore para o Taj Mahal, o tempo de Ranakpur, constitui uma maravilha arquitetônica. Acima de tudo, é testemunha da incrível arte dos entalhadores  de mármore da época, que criaram  estas obras primas. Seus 444 pilares formam um conjunto de inebriar o olhar, já que cada um tem uma ornamentação única, sendo todos um diferente do outro. Esperamos que as fotos possam transmitir um pouco do que vimos desta maravilha de arte.

Descida a montanha, nos dirigimos para Jodpur. Sobre ela, falaremos amanhã. Transposta a cidade, já no fim da tarde, nos dirigimos a um loteamento fechado onde está o  Umaid Bhavan Palace, residência do Marajá e o nosso hotel. Construído de arenito rosado e mármore é um excelente exemplo da opulência principesca da Índia. Entre seus 347  cômodos, estão oito salões de jantar, dois teatros, um salão de baile, diversas salas de recepção  com decoração suntuosa e uma imensa piscina no subsolo. Uma cúpula de 60m cobre o salão central do hoje hotel onde estamos hospedados, que na inauguração acomodou mil pessoas para o jantar. Foi encomendado pelo Marajá Singh, aparentemente para criar empregos para os súditos famintos.  Iniciado em 1929, ocupou três mil homens que levaram 15 anos para terminá-lo. Foram assentados  19 km de trilhos para trazer o arenito da pedreira. H. V. Lanchester, arquiteto do Central Hall de Westminster, em Londres, criou uma agradável mescla de estilo raiput, jainista e Art Decó europeu para seu patrão real. Gaj Singh, neto de Umaid, ainda vive numa parte do palácio, enquanto o restante foi transformado num hotel de luxo, onde agora nos encontramos.  Pensamos que havíamos visto tudo no Lake Palace Taj de Udaipur, que vocês puderam ver nas postagens anteriores. Este aqui se superou pela opulência e beleza.

Quando chegamos, a recepção foi digna de marajá. Passados por baixo do dossel descrito no início, chegamos no grande salão central, com a cúpula antes descrita. Ali, numa poltrona, foi-nos anunciado que, por termos estado nesta viagem em outros dois hotéis da rede Taj, havíamos ganhado um upgrade. A suíte é de cinema, com quatro cômodos, um lavabo para cada um e uma banheira já pronta, com rosas, espuma e água quente, pronta para relaxarmos. Foi o que fizemos.


Depois, jantamos  um rissoto de funghi, com um cabernet sauvignon gran reserva, do Chile, terminado com um sorbet artesanal de goiaba, numa mesa voltada para os jardins iluminados do Palácio. Ali fomos os únicos que recebemos a visita do chef para saber se estava tudo bem e com o qual trocamos impressões acerca dos pratos. Terminado o jantar, fomos dar uma volta nos jardins do Palácio. Para nossa surpresa, um funcionário do hotel, vestido a caráter, nos abordou e fez questão de nos levar, numa hora que tudo já estava fechado, para conhecer as dependências mais íntimas do Palácio. Chegou, inclusive, à porta da dependência privada do Marajá. Só faltou bater para nos apresentar. Uma deferência especial só a nós feita. Depois nos acompanhou até a porta da suíte 310. Ficamos impressionados com a opulência e beleza do hotel e com a deferência especial que recebemos.

Amanhã é dia de visitar os monumentos magníficos desta cidade e depois irmos para Jaisalmer. Tudo estará aqui em detalhes. Aguardem. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.

Caminhões carregados além da conta, nas estradas do interior da Índia

Baldes despejando água que vem do fundo da terra para irrigação das terras secas da zona rural daesta região

No detalhe, a correia com os baldes trazendo a água do fundo da terra

A junta de bois que faz o serviço

Paisagem rural da Índia

As muralhas de Kumbhalgarh

Idem

Visão dos Castelos da muralha

Outra visão das muralhas de 36km de Kumbhalgarh

Portal da muralha por onde passamos

Visão dos castelos protegidos pelas muralhas

Os blogueiros com a pequena cidade e as muralhas ao fundo

Outra vista do Castelo

Outra vista das muralhas


Interior do Castelo de Kumbhalgarh, com pinturas e elefantes lutando, no rodapé

Outra visão interna do castelo sobre as muralhas

Idem

Cena rara de um elefante lutando com um camelo, no Castelo

Nova visão das muralhas, desde o castelo

Templo jainista de Ranakpur

Cúpula do tempo

A placa de Parsvanatha, decoração do templo jainista

As colunas, todas com decoração diferente, do templo jainista de Ranakpur

Decoração do templo

Cúpula do templo, com entalhes no mármore parecendo renda

visão parcial da suíte 310, onde estamos no Umaid Bhavan Palace

Visão noturna do Umaid Bhavan palace

Decoração no jardim do palácio

Piscina subterrânea do  palácio

Cúpula da recepção do Hotel, no Palácio Umaid Bhavan

Piso, com decoração de mármore, onde fomos recepcionados no hotel do Palácio Umaid Bhavan


2 comentários:

  1. Dr. Narcísio e Dirlei!
    Passamos aqui para dar uma espiadinha nas fotos e ficamos impressionadas com o caminhão "over" carregado. As meninas estão dizendo aqui que, com um hotel desses [referem-se Umaid Bhavan Palace], elas dispensariam os passeios! Todas mandam beijos. Larissa

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  2. Palácios maravilhosos, arquitetura única!

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