sábado, 9 de março de 2013

Explorando Udaipur

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Hoje foi dia para explorar Udaipur, uma cidade entre montanhas e lindos lagos. Começamos, por volta das 9,00 h, depois de um ótimo café da manhã com o lago como palco, a conhecer o segundo maior palácio da Índia, o City Palace, que fica bem defronte à janela da nossa suíte, na margem leste do Lago Pichola. É uma combinação facinante da arquitetura militar raiput, com técnicas decorativas do estilo mogul. sua fachada austera como a de um forte  tem por cima diversos balcões, cúpulas, torres, e já foi descrita por um escritor como um bolo simples e massudo coberto com um glacê fantástico. Maior palácio do Rajasthan, que cobre uma área de 20 000 m, o City Palace é, na realidade, um conjunto de palácios construídos ou acrescentados  por 22 marajás entre os séculos 16 e 20. Agora, boa parte se transformou em museu; e quase todo o restante é ocupado por hotéis de luxo.

A parte mais antiga do complexo do City Palace data de 1568. Por trás do muro fortificado há um labirinto de aposentos reais, salões de recepção e pátios. Tudo interligado por passagens estreitas e lances  de escada - uma característica dos palácios rajputs desse período, com o propósito de confundir os invasores. O excelente City Palace Museum ocupa diversos palácios desta seção. Entra-se nele pela imponente Tripolia Gate, de 1713. Acima da entrada está o selo de Mewar: um grande rosto de Sol, que reforça  a alegação do clã Sisoda de que eram descendentes do sol, flanqueado por guerreiros raiput e bhil (A tribo bhil, de arqueiros hábeis, teve papel heróico em batalhas visando a recuperação de Udaipur e seu palácio, pelo Marajá, dos Mongóis). 

No seu interior, muito diferente do que vimos nos palácios europeus, aposentos dos marajás e seus familiares, com dependências muito pequenas, já que eles eram muito baixinhos (a cama parecia cama de criança), museu com pinturas das atividades palacianas, salões de conferência e recepções, pátios internos, cozinha e tudo mais que uma palácio pode ter. Uma experiência bem diferente, inclusive com belas vistas das cidade desde o alto, que vale a pena, mormente para quem está acostumado a ver os palácios da Europa.

Dali, numa pequena caminhada, pelas ruas de Udaipur, igual a todas as demais da Índia, o Jagdish Mandir. Este templo do século 17, ao norte da porta principal do City Palace, tem uma imagem de pedra preta de Vishnu, no santuário cheio de detalhes. A entrada é ladeada por elefantes de pedra, e uma estátua  de bronze de garuda (pássaro mítico, veículo de Vishnu) fica de frente para o templo. Quando lá chegamos, era hora das mulheres rezarem. Dois homens com instrumentos conduziam a cerimônia com muitos cantos e músicas, seguidos pelas mulheres que batiam palmas. Interessante, especialmente pela detalhada arquitetura externa, cheia de pequenas estátuas dos deuses daqui.

Dali fomos visitar o jardim onde a mulher e as filhas do Marajá tomavam banho. Encantador refúgio no meio do caos da cidade, Saheliyon ki Bari, ou Jardim das Damas de Companhia, do século 18, no norte da cidade, tem chafarizes ornamentais, laguinho, roseiras e vastos gramados arborizados. Foi criado para uma rainha de Udaipur, em cujo dote havia 48 damas de companhia. 

De lá nos dirigimos a uma oficina de pinturas de quadros em miniatura, arte típica desta cidade. Fomos recepcionados com explicação detalhada, sendo que os pinceis são de cauda de esquilo, por sua delicadeza e espessura, as tintas todas de pedras moídas em água e goma arábica, as telas de ossos de camelo moído e depois formada uma pasta dura que é cortada muito fina para sobre elas se produzir a pintura, o ouro das pinturas, resultado da alimentação de vacas com manga, por mais de 20 dias, até elas produzirem um xixi bem amarelo que, depois de seco resulta num pó que imita o ouro. Os trabalhos que vimos são magníficos e os feitos por mestres e gurus custam milhares de dólares. Imperdível.

Voltamos para o hotel para um descanso para, por volta das 17 horas pegarmos um barco para dar uma volta pelo Lago Pichola, com uma parada no Palácio Jag Mandir, companheiro do nosso hotel, no meio do lago. Erguido em 1620, tem jardins viçosos e aposentos de mármore com trabalhos sofisticados incrustrados  de pedras coloridas. Oito elefantes  de pedra fazem a guarda solene da entrada. Entre 1623 e 1624, este palácio em uma ilha serviu de refúgio a um príncipe Mongol, quando brigou com seu pai, inimigo do Marajá que, sensível, o acolheu e o protegeu da fúria do pai e de seus irmãos que queriam matá-lo. Diz-se que muitas idéias do Taj Mahal foram inspiradas nesta ilha, já que referido príncipe se tornou o Imperador Mongol Shah Jahan. Uma volta no lago que vale a pena pela beleza de todo o seu entorno.

Em resumo. Udaipur é uma das mais belas cidades que vimos até aqui e merece ser visitada. 

Amanhã iremos para Jodhpur, com paradas para atrações no caminho. Coisas muito interessantes certamente estarão aqui amanhã. Até lá. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.

Entrada do City Palace, Udaipur

Portão de entrada sul do Palácio

Fachada norte do City Palace

Visão dos jardins do City Palace

Salão de audiências públicas do Marajá

Visão da cidade de Udaipur, desde o alto do Palácio

Visão de aposento do Palácio

vista dos jardins do palácio e da cidade de Udaipur

Visão do nosso hotel, desde o City Palace

Mais salas do City Palace


Pátio interno, ricamente decorado, do City palace

Mais dependências do City Palace

O atual marajá, ao fundo

Pátio interno do Palácio

Visão da fachado sul do Palácio

Portão norte de entrada do City Palace

Rica decoração externa do templo Jagdish Mandir

Local de banho da rainha, filhas e amas

Jardim das damas de companhia



Vista da cidade de Udaipur desde o Lago Pichola


Três dos oito elefantes que guardam a entrada o Palácio Jag Mandir, no lago

visão do Palácio Jag Mandir

Jardins do Jag Mandir


Visão do templo Jagdish Mandir

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