quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Kiev - Último dia: corpo humano, impressionistas e city

Seguidores e Seguidoras,


Hoje foi o primeiro dia de verão que experimentamos aqui nos países bálticos. Céu Azul e quase 30°. Dia livre para fazermos o que estava na nossa cabeça. Falando em cabeça, fomos até o Estádio Olímpico de Kiev para ver uma exposição que há muito gostaríamos de ver e não tivemos oportunidade. O corpo humano na visão do alemão Gunther von Hagens. Fantástica e completíssima. O corpo humano desde milímitros das suas primeiras quatro semanas até a completude do corpo fatiado como se fora uma ressonância magnética. Lá vimos  o corpo humano só com os ossos, só com o aparelho respiratório, só com as veias, só com os nervos, só com os músculos, cada órgão individualmente, os órgãos cancerígemos dos fumantes comparados com os dos não fumantes, a reprodução e, por fim, com todas as próteses possíveis hoje existentes para substituir óssos imprestáveis.  Uma exposição imperdível. Nunca imaginávamos que a iríamos encontrar tão completa, logo aqui em Kiev, quando já estivemos várias vezes na Alemanha.

De lá, atravessamos a cidade, a pé, como é do nosso gosto, para, no outro lado, visitarmos o Museu Nacional da Ucrânia. Lá encontramos arte sacra ucraniana de todas os artistas e regiões do País. Arte dos melhores artistas ucranianos, de excelente qualidade e, por fim, uma exposição temporária dos impressionistas franceses, inclusive Monet. É verdade que, em relação a esta, os melhores já havíamos visto no Dorsay e mundo afora. Mas, apesar de ser, em sua maioria, pintores menos conhecidos, sempre vale a pena.

De lá, vagando por regiões da cidade que ainda não tínhamos visitado, chegamos, na região da casa do Primeiro Ministro da Ucrânia, a uma casa que nos havia sido recomendada pela Olga, guia que nos levou a Pechersk, como sendo tão linda e importante quanto as de Gaudí, de Barcelona. É, realmente, inusitada. Decorada com todo tipo de animais, em grandes dimensões. Hipopótamos, sapos, veados, elefantes, leões, águias, enfim, todo tipo de animal, no seu topo, em suas colunas ou em suas paredes. Esperamos que as fotos possam ser fiéis ao que vimos.

Caminhando pela cidade, por regiões ainda não visitadas, comprovamos o que havíamos dito numa postagem anterior. Aqui a preferência na calçada é do carro e não do pedestre. Estacionam sobre a faixa de pedestre de tal modo que estes têm que, muitas vezes, entrar no leito da rua para poder atravessá-la. O cúmulo, porém, foi ver uma cancela no final de uma calçada, para controle dos carros que entravam ali para nela estacionar. Inacreditável.

O povo daqui definitivamente não está preparado para o turismo. Segundo Olga nos falou, o turismo está em fase descrescente e significa pouco na economia local. Pouquíssimas pessoas, mesmo os mais jovens, falam inglês. Sequer nos museus. Tiveram que procurar alguém para falar conosco e, naquele do corpo humano, somente um dos guardas do local falava inglês. Muito menos o cartaz fora do estádio, anunciando a exposição, tinha uma mísera palavra em inglês.

A corrupção é a tônica na conversa com qualquer local. Na mesma proporção que encontramos mendigos pelas ruas encontramos os carrões, de último modelo, de preferência pretos. Nós que gostamos de carros, nunca tínhamos, na Europa inteira, visto uma concentração dos carros mais caros num só lugar. Bentley e Rolls Royce, aos borbotões, por exemplo. Carros que só serão mostrados  nos próximos salões do automóvel já estão circulando aqui, em altas velocidades e, circulando pelas calçadas até encontrarem uma vaga sobre ela. Nenhum investimento em estacionamento subterrâneos, e locais não faltam para isso, apesar de dominarem a tecnologia. Têm metrô e nas passagens subterrâneas para pedestre para travessia das grandes avenidas, lá está um enorme shopping center.

Uma pena, já que a cidade tem um potencial turístico enorme. Ruas com vários prédios lindos e clássicos, pedindo conservação. As calçadas são largas, mas viraram estacionamento e local de circulação de carros. Pouquíssima gente fala inglês.  Coisas fáceis de resolver mas que, aliada à corrupção generalizada, não apresentam perspectiva de tanto.

Apesar de tudo, é uma cidade com muita coisa linda e interessante para se ver. Quando resolver as suas mazelas será, certamente, uma das cidades mais interessantes da Europa para se visitar. Aconselhamos, pois,  esperarem um pouco mais para virem até aqui. Quem sabe não  a verão na plenitude da sua beleza?

Amanhã cedo, rumaremos para Moscou. Grandes expectativas. Tomara que se confirmem. Até lá. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.

Estádio Olímpico de Kiev, onde vimos a exposição do corpo humano, de Grunther von Hagens

Mostra dos belos prédios, já recuperados, nas ruas de Kiev

Topo de casa, com decoração de animais de todo tipo

A casa dos animais, na sua inteireza

Mais mostra dos prédios clássicos nas ruas de Kiev

Falta de civilidade, a rua é dos carros e não dos pedestres

Shoppings Centers, nas passagens subterrâneas de pedestres




Um comentário:

  1. Caríssimos Narcísio e Dirlei.
    Parece mesmo que tive melhor sorte, a Kiev que conheci era muito melhor do que agora vocês descrevem. E naquele tempo... Bem, sinais dos tempos!
    Acho que Moscou será melhor, porque só o conjunto arquitetônico da Praça Vemelha já vale toda a viagem.
    Um grande beijo.
    Paulo e Heloisa.

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