quinta-feira, 17 de maio de 2012

Tudo de Dublin mais Pub and Guiness

Seguidores e Seguidoras,

Hoje foi dia de mergulhar fundo em Dublin e tomar uma Guiness, a forte cerveja preta dos Irlandeses. Depois de três dias de tempo bom, hoje começou chuvoso e só no início da tarde é que melhorou. Por isso, as visitas e fotos da manhã deixaram um pouco a desejar.

Começamos pela parte sudeste da cidade, mais especialmente pelo seu belo parque ajardinado, o St. Stephen's Green. Originalmente um dos três parques público da cidade antiga, foi cercado em 1664. Os 9ha de área verde ganharam sua forma atual em 1880. Com canteiros, árvores, uma fonte e um lago, o parque é pontuado por monumentos a dublinenses eminentes, como o próprio Ardilaun. Há, dentre outros, um busto de James Joice. Nas ruas circundantes,  ficam imponentes prédios com hotéis cinco estrelas, mansões e universidades. Pena que a chuva tirou um pouco do seu brilho, mas a visita é imperdível e não demanda muito tempo.

Dali, cominhando pelas principais ruas da cidade, de cuja beleza falaremos mais tarde, nos dirigimos para o Trinity College para lá visitar a Velha Biblioteca ou Old Library. O Trinity College foi fundado em 1592 pela rainha Elizabeth I no local de um mosteiro agostiniano. Como universidade protestante, só começou a aceitar católicos depois de 1970, quando a igreja católica abrandou a oposição a que seus fiéis estudassem nele.  Entre seus ex-alunos famosos  estão os dramaturgos Oliver Goldsmith e Samuel Beckett e o escritor político Edmund Burke. Seus gramados e pátios oferecem  um refúgio para o agito do centro da cidade. Dentro dele ficam o Long Room e a Book of Kells Exhibition, na Old Library.

Para visitar a Old Library, a fila era grande mas, pela sua importância e beleza do que veríamos, resolvemos encará-la. Nela ficamos por cerca de meia hora mas valeu muito a pena.  Na entrada, tudo sobre o Livro de Kells, manuscrito irlandês medieval mais rico em iluminuras, pode ter sido obra  de monges de Iona, que fugiram para Kells em 806 d.c., após um invasão Viking. O livro trazido para o Trinity College no século 17, contém os quatro evangelhos em latim. Os escribas que copiaram os textos embelezaram a caligrafia com intricadas  espirais entrelaçadas, assim como figuras humanas e animais. Alguns corantes foram  importados do Oriente Médio. Numa das páginas, muitas das quais estão aumentadas em painéis na sala anterior onde o original se encontra, ratos comendo pão talvez sejam uma referência a pecadores fazendo a sagrada comunhão. O simbolismo de animais e pessoas na decoração do manuscrito não é fácil de interpretar.

Visto o livro entramos no magnífico (não tem fotos pois é proibido) Long Room de 1732. O Espetacular Long Room mede 64 metros de ponta a ponta. Abriga 200 mil textos antigos  em dois enormes andares de fileiras de estantes ricamente decoradas. Bustos  de mármore de eruditos e a mais antiga harpa que sobreviveu na Irlanda também estão lá.

Ali próximo estão localizados o Museu Nacional de Arqueologia e História, a National Gallery, com raras obras além de outros museus.

De lá, passamos numa grande igreja que foi transformada no escritório de informação turística de Dublin, onde contratamos um tour para amanhã finalmente vermos o Newgrange e outros sítios arqueológicos importantes desta região. Dali tomamos a Dame Street, uma da principais ruas da cidade, com os imponentes prédios dos grandes bancos, o City Hall, que foi originalmente construído como Royal Exchange em 1779, a sede municipal da cidade destaca-se  por um imenso portal coríntio e, ao final dela a Christ Church Cathedral, a Catedral de Dublin.

Dali partimos para a região mais interessante da cidade, o Temple Bar. Núcleo de artes e diversões da cidade que ocupa um labirinto de estreitas ruas de pedra. Algumas das melhores  casas noturnas  de Dublin, além de restaurantes e lojas fora do convencional, ficam localizadas nestas ruelas de pedra entre o Banco da Irlanda e a Christ Church Cathedral. Na década de 1970, a autoridade nacional de transporte  comprou terrenos nesta área para construir um grande terminal. Antes de iniciar a construção, alugou alguns dos velhos depósitos para jovens artistas e para lojas de disco, de roupas e livros, por um preço bem barato. Com isso a área desenvolveu um perfil "alternativo" e, depois que a reurbanização teve lugar, os artistas e lojistas decidiram ficar. Descrita por alguns cínicos como a "zona oficial de artes da cidade", Temple Bar é hoje um local estimulante, com barzinhos, restaurantes, lojas e várias galerias. Casas e comércio com estilo ajudam a manter o charme radical da área.

Como era mais da metade da tarde, o tempo estava nublado e frio, acabamos por mergulhar num dos melhores Pubs do local, o Quay. Sentamos no balcão, pedimos dois copos grandes de Guiness, uma cerveja preta, amarga no início e de alto teor alcoólico e começamos a nos deliciar com o clima do ambiente e melhor, o show ao vivo do cantor Simon Gynn, que ao som de guitarra, gaita de boca e teclado, desfilou Beatles, Bread, Simon and Garfunkel, Phill Collins, Elton John e muitos outros, num perfeito clima Blues dos pubs daqui. Um tremendo barato, uma visão perfeita da vida boêmia daqui.

Nesse clima e circunstância, ainda tivemos energia para dar uma passada no Castelo de Dublin, hoje muito moderno e com poucos resquícios da Idade Média e cuja visita não aconselhamos. Conhecemos, também a Catedral de São Patrício, o padroeiro do País e vagueando por outras regiões da cidade, resolvemos voltar para o hotel e descansar antes de sairmos para jantar.

Se pudéssemos definir Dublin, a definiríamos como uma grande cidade feia, com algumas exceções e lugares interessantes para se ver. Um cidade onde sempre temos a impressão de estar numa grande periferia e não no seu centro. As suas principais ruas, com a maioria do prédios mal cuidados, estão abertas ao tráfico de carros e com calçadas estreitas para circular. Ônibus regulares, de dois andares, frequentemente congestionando as ruas, tiram dos turistas a possibilidade de olhar os monumentos e prédios na sua inteireza ou mesmo fotografá-los. Um caos. Na região dos museus, ônibus da mesma altura estacionados, impedem totalmente a apreciação dos prédios e da paisagem local. São exceção, algumas regiões próximas do Parque e Jardim Stephens Green e a região do Temple Bar, pelas suas peculiaridades antes descritas. Quem pretende ver beleza plástica de cidades, não recomendamos. Vale pelo seu conteúdo histórico, cultural e de diversão, conforme antes relatamos. A parte mais moderna da cidade, no lado do rio oposto ao centro histórico, é mais bem cuidada e agradável de se visitar. Como nos interessamos mais pelos aspectos históricos e culturais, mantemos a crítica antes feita.

Amanhã será um dia reservado aos ricos sítios arqueológicos da região, especialmente o Newgrange, que já tentamos visitar ontem e postamos uma foto, conforme consta da postagem anterior. Tudo, em detalhes, aqui. Beijos para todos.

Esta e a próxima foto, do Parque St. Stephen's Green


Trinity College, onde visitamos a Old Library

Exemplo da arquitetura da cidade

Igreja transformada em centro de informações  turísticas

Prefeitura de Dublin

Catedral  de Dublin

Visão da beirario de Dublin

Temple Bar, região boêmia de Dublin


Pub do Quay, onde bebemos um Guiness

Os blogueiros, entornando uma Guiness, no Quay

Região do Temple Bar

Idem

Visão da Dame Street, uma das principais ruas de Dublin

Cabeças esculpidas em frente de um Pub

Catedral de São Patrício, padroeiro da Irlanda

Visão do Castelo de Dublin

Um comentário:

  1. Ah o Zinho com uma guiness.... ia entornar todas! Abraços... curtam bem cada pedacinho desse chão.

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