Provença e Côte D"Azur

Seguidores e Seguidoras,

Desde a Suíte Júnior do Le Negresco, o melhor e mais tradicional hotel da Côte D'Azur, em Nice, lamentamos informar que temos tido muitos problemas de acesso, na França, para fazer as postagens conforme gostaríamos. Nos últimos dois dias, foi impossível postar já que o sinal de internet nos hotéis estava muito fraco. E olha que não faz diferença. Pode ser um dois estrelas ou um cinco estrelas como o Negresco, cujo sinal está fraquíssimo numa suíte chiquérrima. Diante disso, haverá dias que não postaremos, por pura impossibilidade. Hoje faremos um resumo rápido do que fizemos nos últimos dias para manter o espírito do blog.

Antes de ontem começamos o dia em Lyon, a segunda maior cidade da França. Numa primeira olhada, uma cidade bonita e clássica. Quando a olhamos mais profundamente, sem identidade ou algo que possa ser sua marca indelével. Cruzada pos dois rios, o Ródano e o Saône, tem um centro antigo bem preservado mas não marcante e a cidade moderna parece Brasília. Não tem uma esquina, um centro, nada. Só grandes ruas sem lugares marcantes. De relevo, apenas, a Basilique Notre-Dame de Fourvière, majestosa no alto de uma colina, bem visível e o seu interior, magnífico. Além disso, ainda no alto do monte e bem próximo da catedral, dois teatros romanos de 15 a.c., muito bem preservados. Por isso, não recomendamos o trabalho de ir até ela para visitá-la turisticamente.

De Lyon fomos para Orange, já na Provença. Quando chegamos na cidade, uma sexta-feira, ficamos impressionados pelo enorme número de veículos acorrendo para uma cidade pequena como aquela. Não havia onde estacionar. Quando fomos conhecê-la, descobrimos os motivos.Orange tem os dois maiores  monumentos romanos da França. O Roman Teatro, enoooorme, e Arco do Triunfo, tão majestoso como o seu similar em Paris, só que construído no ano 20, depois de Cristo. Vale a visita. Lugar impressionante.

Dormimos de sexta para sábado em Avignon. Tínhamos muitas expectativas em relação a esta cidade, mormente porque foi a sede do papado de 1309 a 1377. Foi decepcionante, neste particular. O Palais des Papes não é tão grande nem tão bonito. Foi todo saqueado com o passar dos anos e hoje, praticamente, salvo algumas excessões, restaram só as paredes, algumas queimadas. A ponte D'Avignon, parcialmente destruída pelas enchentes de 1668, é interessante pela sua história e importância como ligação com a Itália, naquela época. O que mais nos impressionou em Avignon foi o fato de ser ela toda murada, com muros com torres elaboradas que hoje são entrada da cidade. Historicamente importante, vale a visita, mas não criem grandes expectativas em relação ao Palácio dos Papas.

Dali seguimos para Arles, que o nosso amigo Comin recomendou a visita num sábado, por sua feira nas ruas. A feira estava lá, maravilhosa com produtos de Camargue, o delta do Ródano, mas não foi o que nos impressionou. A cidade parecia estar na Andalucia, na Espanha e nunca na França. Naquela tarde haveria uma corrida de touros para o Anfiteatro Romano,  até hoje preservado em em uso, com 21000 lugares. Músicas flamencas ecoavam dos bares e dos cantadores de rua. Todos com chapéu e lenço vermelho no pescoço. As ruas do centro histórico todas fechadas para o trânsito de veículo e a região toda acorrendo para lá. Nos restaurantes, grandes paellas espalhavam o cheiro sevilhano e valenciano pelos ares. Nos sentimos, em Arles, completamente na Espanha, nunca na França. Agravou isso, o sol com calor de cerca de 33 graus, como temos encontrado todos esses dias por aqui. Ficamos estupefatos pelo que vimos.Só não ficamos para dormir porque já estava toda lotada e não havia mais ingressos para a Corrida. Visita altamente recomendada, pela beleza do Anfieteatro e do Teatro Romanos, ambos no centro e muito bem preservados e pelo espírito andaluz do seu povo.

No fim da tarde nos dirigimos para Aix-en-Provence, seguindo estrada pelo coração da provence, terra semi-árida, diferente do resto da França, mas com o cheiro de alfazema no ar e o espírito da provença em tudo presente. Não nos arrempendemos nem um um pouco de ter ido para lá. Uma cidade maravilhosa e encantadora.

Calor de mais de 30 graus e sol alto a conhecemos. Fundada pelos romanos em 103 a.c. é uma cidade belíssima de ruas largas e arborizadas, cada esquina uma praça, uma mais agradável que a outra, todas ocupadas pelo happy hour e cada uma com sua fonte romana. A cidade é conhecida como a cidade das mil fontes e as mais lindas estão na bela cours Mirabeau, a principal avenida da cidade.

O melhor, todavia, estava por vir. Quando saímos para jantar, a cidade estava toda na rua. Uma festa só. Restaurantes, bares, ruas e praças, tudo festivamente tomado pela povo da cidade. Jantamos e depois caminhamos até tarde pelas ruas apreciando aquele maravilhoso espetáculo de vida e de felicidade social. Visita imperdível e mil vezes recomendada.

Hoje, mais uma vez com um sol para cada um, mais de trinta graus, nos direcionamos para Mônaco para começar por lá a visita de toda a Costa Azul. A estrada pelo coração da provença, muito interessante, com montanhas rochosas e paisagens áridas, mas bonitas. Depois pegamos o final dos Alpes dando no mar, já na Côte d'Azur.

Mônaco é para os ricos e endinheirados. Sofisticada, linda, com seus navios de cruzeiro e iates de luxo na marinas, um maior e mais bonito que o outro. No alto da cidade o Palácio do Príncipe e a cidade velha, com suas ruas estreitas, casario bem preservado e muito comércio. O Museu oceanográfico é majestoso e a catedral ocupa lugar de destaque. Mas o luxo ao extremo está na região do Grand Casino, seus jardins, o Hotel Paris, os carrões aos borbotões estacionados ao seu redor e, mais abaixo, acima das marinas, os prédios luxuosos. Uma visita altamente recomendada, apesar do calor intenso agora, final de verão aqui.

De Monte Carlo fomos para Eze, cidadezinha pendurado no alto das escarpas que dão no Mediterrâneo. No pico de uma montanha, uma velha e preservada cidade. Vale o esforço da subida. A visão é ampla e magnífica, se podendo visualizar toda a região, inclusive a Itália. Para tanto basta subir até o jardim exotique, com cactus de toda ordem e, acima dele, as ruínas de um antigo castelo que dão essa vista maravilhosa vista de 360º de toda a região.

Agora estamos muito bem, diga-se, numa suite júnior do El Negresco, o mais cobiçado hotel de toda a região. Da sacada, visão total da praia de Nice, toda em pedra e loteada entre hotéis, restaurantes e casinos da região litorânea. O centro da cidade tem lindas praças, como a Messena, que lembra Salamanca, muitos calçadões e restaurantes e lojas para todos os gostos. A beiramar tem um largo calçadão para curtição do mar, da paisagem e dos frequentadores da praias de pedras. Ahh se eles conhecessem as nossas de areia fina.

Jantamos uma ótima paella com frutos do mar e chouriço acompanhada de um branco seco da Alsácia e arrematada com um café e um congnac que desceu reeeedondo.

Amanhã, se der para postar, daremos continuidade à Côte D'Azur. Até lá. Beijos. Narcísio e Dirlei. 



Basílica de notre-Dame de Lyon



Teatro Romano, Lyon



Anfiteatro romano, Orange

Arco do triunfo romano, Orange



Palais des Papes, Avignon



Muralhas que cercam Avignon



Teatro Romano, Arles



Anfiteatro romano, hoje arena de touros, Arles



Praça com fonte, Aix-en-Provence

Alameda Mirabeau, Aix-en-provence



Marina de Mônaco



Grand Cassino



Eze, no topo da montanha



Jardim exotique, EZE



Visão da beiramar de Nice, desde a suíte do Negresco