terça-feira, 20 de setembro de 2011

La Rochelle e retorno triunfal ao Vale do Loir

Seguidores e Seguidoras,

O dia começou à beiramar, em La Rochele, nublado e com o céu abrindo azul no horizonte. A cidade, importante porto e centro comercial desde o século 11, tinha a tendência de ficar do lado errado - ajudando os ingleses e os calvinistas - por exemplo.  Isso fez que o cardeal Richelieu mandasse destruir a cidade em 1628. Nesse período, 23 mil pessoas morreram de fome. Os muros foram destruídos e os privilégios da cidade cancelados. A glória de La Rochelle  é o velho porto cercado por imponentes prédios, atualmente o maior centro de iatismo da França na costa do Atlântico. Prova disso foi uma imensidão de mar cheia de barcos de todos os tipos e cores.

Nas duas laterais da entrada do porto ficam a Tour de la Chaîne e a Tour Saint Nicolas. Uma enorme corrente costumava  ser esticada entre elas para repelir os ataques vindos do mar. O casario da cidade, quase todo em pedras brancas e com arcadas extensas que permitem, na chuva e na neve, andar muitas quadras sem ficar exposto ao tempo. A Praça Verdun é enorme e com casario típico cercando-a por todos os lados. A Torre de La Lanterne, do século 15, tem o seu encanto e é donde vimos uma infinidade de barcos, com velas infladas, desfilando no mar ao fundo. O seu Aquário também é famoso. Um lugar deveras interessante, onde curtimos bons momentos, inclusive um jantar num restaurante italiano próximo do porto, onde se concentra o movimento noturno. Visita recomendada.

Do litoral, rumamos em direção ao Vale do Loir, nosso velho conhecido de uma viagem de 2001. Restavam, porém, Nantes e Saumur.

Nantes foi uma grata surpresa. Uma cidade completa. Qualidade de vida nas alturas. O trânsito todo planejado e elaborado em favor do coletivo, ônibus e metrô de superfície. Perfeita, neste particular. Seu centro histórico, todo bem calçado e fechado aos carros, está muito bem preservado e ótimo para ser curtido.

Durante séculos Nantes disputou com Rennes o título da capital da Bretanha. Mas sua relação com Plantagenetas e com Henrique IV também a ligou ao 'real' rio Loir. Na última década deixou oficialmente de ser parte da Bretanha e, embora bretã de coração, é agora capital  do Pays de la Loir.

Sua paisagem urbana, como dissemos, é moderna e muito planejada com  viés para a qualidade de vida das pessoas. O centro velho medieval é cheio de bares, restaurantes, lojas finas, resumindo-se no lugar para se circular, comer, happy hour, compras e tudo de bom que a vida possa oferecer num centro urbano.

A catedral de Saint Pierre, terminada em 1893, destaca-se  por seus portais góticos esculpidos e seu interior super bem restaurado, mostrando a brancura das pedras usadas na sua reconstrução.
Ainda mais impressionante, o Château des Ducs de Bretagne, onde nasceu Ana da Bretanha, em 1477 e onde o Édito de Nantes foi  foi assinado por Henrique IV, em 1598, garantindo liberdade religiosa aos protestantes.  O Castelo é diferente dos demais por ser todo compartimentado e porque está todo á disposição do povo da cidade, como se fosse um parque. A cidade nos encantou, por sua beleza, seu respeito à qualidade de vida do seu povo e pela beleza do seu centro histórico. Visita imperdível e altamente recomendável.

De lá, mergulhamos mais fundo no Vale do Loir indo para Saumur, conhecida por seu castelo de conto de fadas, pela sua escola de equitação, pelos seus cogumelos e seu vinho frisante.
O seu castelo, com muitas torretas, destaca-se da cidade e do rio, com sua ponte majestosa donde se tem uma visão ampla e magnífica da cidade e do castelo. Uma cidade, no Loir, que vale a visita, embora outras existam muito mais bonitas.

Agora estamos numa pequena cidade chamada Alençon. Pretendíamos ficar em Le Mans. Terça-feira, todavia, é um dia impossível de se achar hotel em qualquer cidade de França. É o dia de mnifestações, não sabemos de que, e tudo fica lotado. Em Le Mans, uma grande cidade, não havia um único leito disponível. Sequer de cinco estrelas. Por isso uma dica. Quem viajar pela França, para as terças-feiras tem que fazer reserva antecipada. Se não fizer, só em cidade de menor porte e com muita sorte, como tem acontecido conosco.

Amanhã começaremos a explorar o norte e a normandia. Coisas altamente interessantes então por vir e aqui estarão. Não percam. Beijos. Narcísio e Dirlei.
O blogueiro, no porto de La Rochelle


Casario com pedras brancas, de La Rochelle


La Rochelle, o maior centro de iatismo da França


Duas torres entre as quais se amarravam grossas correntes para evitar invasões em La Rochelle


Porto de La Rochelle


Catedral de Nantes


Praça Saint Pierre, em Nantes


Interior da catedral de Nantes, brilhando de pedras brancas


Castelo de Nantes, um parque para todos


Castelo de Nantes. de Ducs


Calçadão no centro histórico de Nantes


Castelo de Saumur, Vale do Loir


Antiga ponte de Saumur


Visão da cidade e do castelo de Saumur

Um comentário:

  1. Olá meus queridos viajantes, vejo que estão ótimos pelos seus maravilhosos relatos ... adoro!! Normandia lá vamos nós então ... eba!! Ressaltando que, apesar de não deixar comentários com tanta frequência, eu estou aqui todos os dias!!
    Ah! As descrições dos jantarem são impagáveis, como todas!
    Beijos e que a viagem continue ótima ...
    Jossi

    ResponderExcluir