domingo, 25 de setembro de 2011

Caen, Praia de Juno, Honfleur, Falésias, Rouen e Jardim de Monet

Seguidores e Seguidoras,


Ontem, no final do dia, estávamos na cidade de Étretat onde ficamos hospedados num hotel na montanha e que, apesar de luxuoso, não tinha disponibilidade de internet sem fio na suíte. Por isso não pudemos postar. O dia, todavia, foi de grandes emoções, o que se repetiu hoje. Assim, hoje faremos o relato dos dois dias.

Ontem começamos pela cidade de Caen que teve dois terços de seu prédios destruídos numa das mais sangrentas batalhas entre aliados e nazistas nesta região, mormente porque Caen foi a primeira grande cidade no caminho dos libertadores. Apesar disso ela ainda preserva algumas ruas, especialmente a Rue du Vaugueux, com seu casario de madeirame à vista da Idade Média. Nela também estão concentrados os melhores restaurantes da cidade.

Em Caen também se destaca, bem no centro da cidade, as enormes muradas do Castelo Ducal, construído porque em meados do século 11, a cidade se tornou a residência favorita de Guilherme, o conquistador, e sua mulher, a rainha Matilde. Destacam-se, também, no horizonte da cidade, diversas torres de igrejas, dentre elas as da a Igreja de Saint Pierre, construída nos séculos 13 e 14 e ornamentada de maneira impressionante. A torre do sino, copiada com frequência, diante de sua originalidade, é do século 14 e está restaurada.

A cidade de Caen, apesar de seus pontos altos aqui destacados, não se torna muito atrativa para visita pelo fato de ter sido muito destruída pela guerra mas não ter reconstruído seu centro histórico como era antes. Está muito desfigurado, salvo a rua antes mencionada e uma ou outra casa perdida entre construções modernas e até de pouco bom gosto.

De Caen nos dirigimos para mais uma praia de desembarque dos aliados, agora para ver uma série de casamatas de onde os nazistas, com canhões e metralhadora ceifaram milhares de vidas dos aliados antes que estes pudessem destruí-las. Vê-las dá uma melhor noção do quão sangrento foi aquele desembarque.

Dali fomos até a pequena cidade praiana de Arromanches Les Bains, onde houve o desembarque dos soldados Canadenses. Impressiona ver, ainda na praia, as chatas que desembarcaram os soldados na  areia e uma impressionante fortificação que os alemães fizeram em meia lua, dentro do mar para  evitar a invasão dos aliados por ela. Uma obra de engenharia inacreditável para a época. Esses retratos que vimos do dia D, porque ainda presente um clima no ar daquele dia, nos emocionaram e nos deram uma pequena mostra do horror ali concretizado.

De lá fomos visitar Honfleur, uma cidade antes portuária e que fica na foz do Rio Sena. Importante  porto defensivo do século 15, hoje assoreado e transferido para Le Havre, transformou-se em uma das mais atraentes enseadas da Normandia. No centro da cidade está o Vieux Bassin, antiga doca,  do século 17, com um casario de madeirame à vista ou apenas de pedra preta, de seis ou sete andares. Lindíssimo. Aliás, a cidade toda está preservada. É impressionante o número de ruas pelas quais você anda e, até perder de vista, o casario da idade média está preservado.

Honfleur se tornou, no século 19, um núcleo de artes. Eugène Boudin, o pintor de paisagens marinhas, nasceu ali em 1824, assim como Erik Satie, em 1866. Coubert, Sisley, Pissarro, Renoir e Cézanne reuniam-se sempre no Ferme Saint Simeón, hoje um hotel de luxo. Artistas trabalham até hoje no cais e as exposições acontecem no Greniers à Sel, dois armazéns construídos em 1670 para guardar sal.

É muito compreensível o motivo pelo qual os grandes artistas vinham para cá. É uma das mais belas cidades que visitamos na França e o mais completo casario preservado no seu centro histórico e de uma beleza embriagante. Venham conhecê-la, se puderam. Garantimos que não haverá arrependimento.

Não menos belas e chocantes por sua beleza, são as falésias de Etretat. As mais belas e mais altas do litoral Francês. Quando chegamos na pequena cidade, ficamos impressionados pelo fato de cerca de dois quilômetros antes do centro, a cidade estava toda tomada por carros. Tivemos que estacionar num pasto que foi transformado em estacionamento. Não queríamos acreditar que aquilo tudo fosse pelas falésias. Andamos até a praia e lá chegando, só vimos as falésias e acreditamos que aquilo tudo era por elas. Merecido, aliás. Ocorre que, quando o gerente do hotel Saint Clair nos levou de carro até onde o nosso havia ficado, ele nos explicou que, naquele dia tinha havido um show aéreo e aquele era o motivo de tanta gente.

Hoje pela manhã, depois de um café da manhã reforçado, resolvemos escalar as falésias a pé. Um espetáculo indescritível. Um porre de beleza natural. Saímos de lá embriagados. Andamos muito pelas suas bordas e, à cada passada, se descortinava um espetáculo mais belo que o anterior. Não é por nada que Monet pintou uma que se chama de elefante colhendo água com sua tromba no mar, conforme foto que adiante postaremos. A caminhada foi árdua, mas valeu cada caloria gasta. E, para nossa surpresa, de graça, esquadrilhas de caças sobrevoaram as falésias e a cidade lançando no ar as cores da bandeira francesa. Lindo.

Honfleur e falésias de Etretat, dois espetáculos imperdíveis. Visitas que não podem deixar de serem feitas, porque patrimônios históricos e ambientais inéditos e magníficos.

De Etretat nos deslocamos até Le Havre. Quando nela entramos percebemos, desde logo, que nada havia de interessante para ser visto. O guia também não motivava muito. Demos umas voltas de carro pelo seu dito centro histórico e percebemos que só havia, praticamente, prédios modernos, tudo decorrência do fato dela ter sido totalmente destruída pela guerra.  Nem paramos, e seguimos em frente, facilidade que a viagem de carro proporciona. Por óbvio, não recomendamos a visita.

Dali fomos para uma cidade que nos conquistou, já que, à primeira vista, não prometia muito. Visita imperdível. Rouen foi fundada no ponto mais baixo do Sena, onde era possível construir  uma ponte, e prosperou com o comércio marítimo e industrialização, tornando-se uma cidade rica e refinada. Apesar dos estragos da segunda guerra, o seu centro histórico, ao redor da famosa Catedral de Notre-Dame, pintada dezenas de vezes por Monet, captando suas diferentes cores a cada tipo ou intensidade de luz que sobre suas fachadas refletiam.

A partir da catedral, a rua du Gros Horloge, se estende sob o grande relógio da cidade até a Praça do Velho Mercado(Vieux Marche) e a Igreja de Sainte Jeanne D'Arc, praça onde ela foi queimada viva. Uma infinidade de ruas do centro velho fornece um espetáculo real do que foi a Idade Média, como seu casario de madeira à vista, hoje pintados, algumas casas tortas pelo afundamento de um dos seus pilares, parecendo um milagre manterem-se de pé para o nosso deleite.  Outra cidade da Normandia que merece uma visita pela riqueza do seu patrimônio histórico/cultural.

A cereja do bolo ainda estava por vir. Nos dirigimos, já no final da tarde para Giverny, para visitar a casa e os jardins de Monet, consagrados nos seus quadros. Chegamos lá dois minutos antes do fechamento e conseguimos fazer a visita dos nossos sonhos, mesmo porque, adoramos os impressionistas, especialmente Monet. O pintor impressionista alugou uma casa na pequena vila de Giverny em 1883, onde trabalhou até sua morte, aos 86 anos. A casa, conhecida como Fondation Claude Monet, e seus magníficos jardins estão abertos ao público. A casa está decorada com as cores originais que Monet apreciava e  os jardins são famosos, como dito, por terem servido de tema para estudos do pintor.

Estarmos nos jardim das águas, com suas pontes e nimphéas tal como eternizados nos quadros de Monet foi uma emoção indescritível, emocionante. Quem gosta de arte, não pode deixar de vivenciar este momento sublime. Aliás, hoje foi o dia de vivermos na realidade os quadros de Monet. A falésia da tromba do elefante, em Etretat, a catedral de Rouen e os jardins de sua casa. Sublime.

Hoje vamos dormir em Chantilly, na Picardia, região ao norte de Paris. Seu castelo e tudo mais que temos programado para amanhã, promete. Até amanhã. Beijos. Narcísio e Dirlei.  

Castelo Ducal, Caen


Borboleta de flores, jardins do Castelo Ducal, Caen


Casario preservado na rue Vaugueux, Caen


Casamata alemã com canhão, Praia de Juno


Fortaleza alemã no mar para proteção da praia de Arromanches Les Bains


Casamatas, Praia de Juno


Ao fundo, fortaleza no mar, na praia de A. Les Bains


Resquícios das chatas de desembarque dos canadenses em A. Les Bains


Casario preservado, Honfleur


A encantadora Honfleur


Porto de Honfleur


Praia de Etretat, cercada por falésias


falésias em Etretat


Campos por onde caminhamos, nas bordas das falésias


A famosa tromba do elefante, pintada por Monet


Campo de golfe no alto das falésias


O impressionante casario do centro histórico de Rouen


Rouen


Praça onde Joana D'Arc foi queimada, Rouen


Catedral de Rouen, tantas vezes pintada por Monet


Casa de Monet, Giverny


Jardim das águas, com ponte ao fundo, que foi tela de Monet


O blogueiro na ponte dos jardins de Monet


Jardins da casa de Monet, Giverny


3 comentários:

  1. Oi, reitero o comentário que deixamos no post anterior e acrescento: as casamatas e as praias e falésias são realmente impressionantes e a casa e jardins de Monet maravilhosos!!
    Beijos e que a viagem continue lhes oferencendo muitas surpresas! Jossi

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  2. oi..uma duvida por favor….esse roteiro do post foi todo feito em um dia? Queria fazer Caen - praias - Honfleur - Etretat - Rouen- Giverny.

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    1. Oi Keila. Como podes ver do relato, o roteiro aqui descrito foi feito em dois dias, já que, no primeiro dia, por falta de sinal de internet no hotel, não pudemos postar. É tempo suficiente para conhecer bem o que interessa nesses lugares. Ótima viagem.

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