terça-feira, 14 de junho de 2011

Oslo e Gol, que prazer!

Seguidores e Seguidoras,

Primeiro, gostaríamos de registrar a presença da nossa seguidora registrada, nossa querida amiga e Promotora de Justiça Maria Amélia, que esquecemos de mencionar anteontem.
Neste momento, 23,10h, dia ainda quase claro, estamos na cidade de Gol, no interior da Noruega, nas montanhas e à beira de um rio turísticamente importante para a região. A pergunta deve estar no ar. Por que Gol. É que, em setembro do ano passado, quando estávamos jantando próximo da Praça do Palo, em Siena, na Itália, acercarm-se de nós uns casais noruegueses que estavam fazendo a Toscana de bike. Naquela oportunidade batemos um longo papo com o casal que estava mais próximo da nossa mesa, Guttorm e Äse, com quem fizemos amizade, trocamos endereço e vários e-mails deste então. Desde lá eles nos convidam para visitá-los quando passássemos pela região. Inclusive nos ofereceram a casa da cidade ou a de férias que eles têm na montanha, para ficarmos o tempo que quizéssemos. Lógico que não vamos abusar já que sabemos que eles estão às voltas com o casamento da filha deles, que acontece em poucos dias. Por isso viemos até aqui só para dar-lhes um abraço e agradecer o carinho que sempre nos dispensaram. Amanhã vamos nos encontrar, se tudo der certo.

Hoje o dia foi emocionante e enriquecedor. De Oslo levamos dois dos momentos mais importantes desta e de muitas viagens. O Parque Vigeland e a Pintura o Grito, de Munch, na Galeria Nacional. Dois momentos de pura emoção causados pela arte no seu sentido mais puro.

O dia amanheceu chuvoso, depois de uma noite de chuvas torrenciais pela região que causou estragos, visíveis, inclusive, no centro da cidade de Oslo. Não nos vergamos, porém, para a chuva, mesmo porque era fina e fomos à luta. De plano, fomos visitar o Castelo de Akershus e seu respctivo forte, situado em um outeiro, às margens do Oslofjorden, sendo considerada a mais notável edificação da época medieval. construído por volta de 1300, o castelo foi sitiado várias vezes até a década de 1620, quando o rei Cristiano IV, da Dinamarca, o transformou em residência. Ele também ordenou a construção de um novo forte ao redor do castelo, o qual até hoje é usado. A segunda guerra mundial foi o período mais sombrio da história do castelo. Nelo os invasores nazistas torturaram e mataram vários membros da resistência norueguesa. Como seus aposentos estão praticamente vazios, valeu a visita bela beleza plástica do local, inclusive a visão do Fiorde e os grandes navios de cruzeiro nele atracados. De troco ainda ouvimos um ensaio de concerto para violino que, à noite, ia ser apresentado no local. Visita importante, mesmo porque, muito perto do Centro. Aliás, enquanto fazíamos a visita, a chuva parou e, como o sol voltou, salvo um aguaceiro rápido aqui e acolá, tivemos que carregar a blusa e a jaqueta impermeável durante o resto do dia.

Dali, após visitarmos o belo centro da cidade de Oslo, cidade média e muito fácil de ser visitada, passamos pelo parque  que limita  com a mais importante avenida da cidade, a Karl Johanns Gate e lá visitamos umas tendas de preparativos para a festa da noite. Demos de cara com um pessoal preparando duas renas para serem assadas no rolete durante o dia para consumo à noite e, quando perguntamos a um deles que animais eram aqueles, ele respondeu "churrasco" de rena. Ficamos surpreendidos quando falou churrasco, sendo que ele nos disse que já havia estudado em Porto Alegre, questões relacionadas a papel e celulose e, por isso, conhecia algumas palavras e alguns lugares próximos da nossa terra. Depois de um papo com ele, noutra tenda, que distribuia mudas de árvores, uma senhora nos disse que seu filho havia feito um intercâmbio cultural em Fóz do Iguaçú e por isso, ela já conhecia um pouco do Brasil. É impressionante a relação do povo daqui com o Brasil. Cada lugar que falamos de onde somos, alguém já esteve no Brasil ou conhece alguém que já foi lá.

Dali, após passarmos pelo prédio da Universidade, nos dirigimos para o parque, no final da avenida antes mencionada, onde está localizado o Palácio Real. Lugar muito bonito, no alto, de onde se tem visão privilegiada da cidade.

Seguimos em frente, por detrás do Palácio e, poucos quadras depois estávamos  no local que nos causaria mais impacto nesta viagem. O Parque Vigeland. Para começar, o parque é belíssimo e muito bem cuidado, projetado que foi, durante toda uma vida, pelo escultor Gustav Vigeland. É um dos locais mais visitados de Oslo e fica dentro de uma enorme área verde do Frognerparken. Seu nome é uma homenagem ao gênio escultor Gustav Vigeland. As esculturas lá expostas formam um extraordinário painel de emoções com amor, lazer, conflitos, dúvidas, carinho, conforto, brincadeiras de família, o ciclo da vida. Tudo está lá esculpido no granito duro e no bronze. Entre as obras expostas  há uma série de 58 bronzes de homens, mulheres e crianças, dispostos do dois lados de uma ponte que dá acesso ao obelisco e à maioria das obras lá expostas. Pela ponte chega-se à mais famosa criação do escultor, um obelisco de granito de 17m, no qual  121 figuras interligadas representam o ciclo da vida. Vimos, também, outras obras dele na Galeria Nacional. Um gênio que não deixa ninguém imune a emoções ao se defrontar com a simplicidade e a riqueza artística e emocional de suas obras. Quem gosta de arte não pode deixar de visitar esse lugar maravilhoso. Saímos de lá profundamente tocados pelo que vimos. Altissimamente  recomendado.

De lá, após visitarmos a belíssima região oeste da cidade, com áreas residênciais e de embaixadas em prédios com rica arquitetura, formando conjuntos plásticamente lindos.

De volta ao centro, fomos visitar a Galeria Nacional. O Museu Nacional de Oslo, um grande edifício do século 19, abriga o maior acervo  artístico da Noruega onde pudemos ver e apreciar o impressionate Grito, de Edvard Munch, de 1893, que havia sido há pouco roubado mas já devidamente recuperado e exposto. Lá estão outras obras importantes do pintor, como a Madona. A coleção internacional de pintores inclui impressionistas como Manet, Monet e Degas, pós-impressionistas como Gauguin e Cézane, um auto retrato de Van Gogh, além de vários Picassos, Góia e outros artistas consagrados. Um dos museus do mundo cuja vista não pode deixar de ser feita pela importância das suas obras, destacando-se O Grito.

Depois dessa visita, tentamos mais uma ver se havia alguma vaga nos hotéis da cidade para ficarmos para as festas da noite mas, infelizmente, tudo estava ocupado. Resolvemos, então, seguir em frente.

Foi assim que demos em Gol. A viagem, de cerca de 200km, de Oslo em direção a Bergen, foi um capítulo à parte. A estrada, entre montanhas, acompanhou fiordes, lagos, rios calmos e de corredeiras, altos costões de pedra, pequenas cidades à beira dos lagos com pequenos hotéis para acolhimento de turistas, especialmente pescadores. Uma beleza natural estonteante. Chegamos a Gol encantados com o que vimos. Tudo se repete aqui. Uma cidade de pouco mais de 5000 habitantes, com vida tranquila e de alta qualidade. Nos hospedamos no simples mais confortável  Hotel Solstad, cujo dono também tem várias relações familiares com o Brasil. Como não tem restaurante, fomos jantar no Hotel Best Western, que fica próximo. Como havíamos visto, durante a viagem, várias rios típicos  daqueles onde tem muita truta, viemos determinados a comer uma aqui. E não deu outra. Após um entrada de uma saborosa e caseira sopa de cebola, para esquentar o coração já que lá fora o frio da montanha já se fazia sentir. Como prato principal fomos de Truta Grelhada com salada de pepino, molho de creme picante e batatas cozida. Manjar dos deuses!!! Para harmonizar, um vinho branco Wiltinger Scharzber Riesling, do vale do Mosela, na Alemanha, particularmente da cidade de Trier, que também já visitamos. Tudo culminou com uma sobremesa de bolo de maçã, chantilly, sorvete, xarope de morango e morangos. Huuuuuummm.

Depois do jantar, a tradicional volta na cidade, já vazia às 10h da noite, apesar do dia ainda claro. Que dia fantástico e emocionalmente rico. Amanhã tem mais. Um beijo. Narcísio e Dirlei.


Castelo Akersus

Grand Hotel, na Karl Johanns, onde ficamos

O Grito, de Edvard Munch

Renas no rolete

Conjunto arquitetônico, do oeste de Oslo

Visão do belíssimo Parque Vigeland

A Roda da Vida, de Vigeland


Obelisco, de Vigeland

Ponte de acesso ao Parque, com obras em bronza, de Vigeland

Palácio Real

Centro comercial no centro da "grande" Gol



Um comentário:

  1. Caros desbravadores nórdicos.

    Realmente, como já registrei em ocasião anterior, o Parque Vigeland e o Castelo Fortaleza são lugares para se guardar imorredouros no fundo da retina. Pena que o tempo de permanência dos amigos em Oslo foi corrido,um dia, privando-os de conhecer o não mesnos belíssimo Museu Kon-Tiki, onde se encontra a jangada de madeira do mesmo nome, que levou o aventureiro Thor do Peru à Polinésia e o barco de papiro Ra II, do Marrocos ao Caribe. Fica, contudo, para a próxima viagem!...
    Gol não constou do meu roteiro. Se passarem por Borgund, uma rápida parada para visitar uma das mais conservadas igrejas medievais da Noruega, vale a pena.
    Abraços do Nelson

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